segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

LITURGIA DO DIA 01/03/2016 - "Nós, muitas vezes, não sabemos perdoar coisas quase insignificantes."

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TERÇA-FEIRA - 01/03/2016

Ano: C

Cor litúrgica do dia: ROXO

Anos Pares

Tempo Comum


Primeira leitura:   (Dn 3,25.34-43)



- Leitura da Profecia de Daniel.

Naqueles dias:
25Azarias, parou e, de pé,
começou a rezar;
abrindo a boca no meio do fogo, disse:
34'Oh! não nos desampares nunca,
nós te pedimos, por teu nome,
não desfaças tua aliança
35nem retires de nós tua benevolência,
por Abraão, teu amigo,
por Isaac, teu servo,
e por Israel, teu Santo,
36aos quais prometeste
multiplicar a descendência como estrelas do céu
e como areia que está na beira do mar;
37Senhor, estamos hoje
reduzidos ao menor de todos os povos,
somos hoje o mais humilde em toda a terra,
por causa de nossos pecados;
38neste tempo estamos
sem chefes, sem profetas, sem guia,
não há holocausto nem sacrifício,
não há oblação nem incenso,
não há um lugar para oferecermos
em tua presença as primícias,
e encontrarmos benevolência;
39mas, de alma contrita e em espírito de humildade,
sejamos acolhidos,
e como nos holocaustos de carneiros e touros
40e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos,
assim se efetue hoje
nosso sacrifício em tua presença,
e tu faças que nós te sigamos até ao fim;
não se sentirá frustrado
quem põe em ti sua confiança.
41De agora em diante, queremos, de todo o coração,
seguir-te, temer-te, buscar tua face;
42não nos deixes confundidos,
mas trata-nos segundo a tua clemência
e segundo a tua imensa misericórdia;
43liberta-nos com o poder de tuas maravilhas
e torna teu nome glorificado, Senhor'.
- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.


Salmo Responsorial:  (24, 4bc-5ab. 6-7. 8-9 (R. 6a))


R. Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

4b Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,*
4ce fazei-me conhecer a vossa estrada!
5a Vossa verdade me oriente e me conduza,*
5b porque sois o Deus da minha salvação.   R. 

6 Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura *
e a vossa compaixão que são eternas!
7b De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia*
7c e sois bondade sem limites, ó Senhor!   R. 

8 O Senhor é piedade e retidão,*
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
9 Ele dirige os humildes na justiça,*
e aos pobres ele ensina o seu caminho.   R.

Evangelho:  (Mt 18,21-35)

— O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

R. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo:
21 Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou:
'Senhor, quantas vezes devo perdoar,
se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?'
22 Jesus respondeu:
'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
23 Porque o Reino dos Céus é como um rei
que resolveu acertar as contas com seus empregados.
24 Quando começou o acerto,
trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.
25 Como o empregado não tivesse com que pagar,
o patrão mandou que fosse vendido como escravo,
junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía,
para que pagasse a dívida.
26 O empregado, porém, caíu aos pés do patrão,
e, prostrado, suplicava:
`Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo'.
27 Diante disso, o patrão teve compaixão,
soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida.
28 Ao sair dali,
aquele empregado encontrou um dos seus companheiros
que lhe devia apenas cem moedas.
Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo:
`Paga o que me deves'.
29 O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava:
`Dá-me um prazo! e eu te pagarei'.
30 Mas o empregado não quis saber disso.
Saiu e mandou jogá-lo na prisão,
até que pagasse o que devia.
31 Vendo o que havia acontecido,
os outros empregados ficaram muito tristes,
procuraram o patrão e lhe contaram tudo.
32 Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse:
`Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida,
porque tu me suplicaste.
33 Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro,
como eu tive compaixão de ti?'
34 O patrão indignou-se
e mandou entregar aquele empregado aos torturadores,
até que pagasse toda a sua dívida.
35 É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco,
se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.'

— Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.

Homilia
Azarias dá-nos exemplo de como se reza na desolação. Tudo fora perdido, e Deus parecia distante e inacessível. O risco do desespero, da perda da fé, ou da queda na blasfêmia, espreita. Mas Azarias resiste, pede perdão para o seu povo e pede que o nome de Deus continue a ser glorificado, usando mais uma vez de doçura e misericórdia para com o seu povo: «Cobre de glória o teu nome, Senhor». E Deus escuta a oração do seu servo.

A misericórdia de Deus para conosco há-de modelar o nosso modo de agir em relação aos outros, deve fazer de nós portadores da misericórdia divina. O nosso Deus tem um coração de Pai cheio de bondade e de misericórdia, lento para a ira e grande no amor. Santo Ambrósio escreveu que Deus criou o homem para ter alguém a quem perdoar. Por vezes, somos muito rudes e mesquinhos diante de tanta magnanimidade.

É o que nos revela a parábola que hoje escutamos. Deus ama-nos e está sempre disponível para nos perdoar, ainda que sejam grandes os nossos pecados. Nós, muitas vezes, não sabemos perdoar coisas quase insignificantes. Assim somos causa de escândalo para os nossos irmãos. Experimentamos a misericórdia de Deus, mas não a deixamos transparecer na relação com os outros. Mas, desse modo, não reconhecemos a grandeza do nosso pecado, nem mostramos gratidão para com Deus, que nos perdoou. Assim, impedimos que cresça em nós a imagem e semelhança com Deus, «lento para a ira e cheio de bondade. (Nm 14, 18)».

Diante de Deus, somos todos devedores insolventes. Ele perdoa-nos gratuitamente. E é também assim que havemos de comportar-nos com todos quanto tem alguma dívida para conosco, perdoando para além de qualquer limite: «setenta vezes sete». Mais uma vez, Deus quer dar-nos, para além de tudo, a felicidade de darmos sem nada querermos receber, a felicidade de participarmos na festa da reconciliação, na glória dos filhos de Deus comprados com o sangue do Filho, derramado para remissão dos pecados.

Como os "Oblatos-Sacerdotes do Coração de Jesus" são chamados a ser concretamente "profetas do amor e servidores da reconciliação", não violentos; "Na comunhão, mesmo para além dos conflitos, e no perdão recíproco, quereríamos mostrar que a fraternidade por que os homens anseiam é possível em Jesus Cristo, e dela quereríamos ser fiéis servidores".

Deus os Abençoe, 
Paz e Bem.

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