QUINTA-FEIRA - 24/03/2016
Ano: C
Cor litúrgica do dia: ROXO
Anos Pares
Tempo Comum
Primeira leitura
- Leitura do Livro do Profeta Isaías (61,1-3a.6a.8b-9) (Isaias viveu entre 765 a.C. a 681 a.C.)
1 O espírito do Senhor Deus está sobre mim,
porque o Senhor me ungiu;
enviou-me para dar a boa-nova aos humildes,
curar as feridas da alma,
pregar a redenção para os cativos
e a liberdade para os que estão presos;
2 para proclamar o tempo da graça do Senhor
e o dia da vingança do nosso Deus;
para consolar todos os que choram,
3a para reservar e dar aos que sofrem por Sião
uma coroa, em vez de cinza,
o óleo da alegria, em vez da aflição.
6a Vós sois os sacerdotes do Senhor,
chamados 'ministros de nosso Deus'.
8b Eu os recompensarei por suas obras segundo a verdade,
e farei com eles uma aliança perpétua.
9 Sua descendência será conhecida entre as nações,
e seus filhos se fixarão no meio dos povos;
quem os vir há de reconhecê-los
como descendentes abençoados por Deus.
1 O espírito do Senhor Deus está sobre mim,
porque o Senhor me ungiu;
enviou-me para dar a boa-nova aos humildes,
curar as feridas da alma,
pregar a redenção para os cativos
e a liberdade para os que estão presos;
2 para proclamar o tempo da graça do Senhor
e o dia da vingança do nosso Deus;
para consolar todos os que choram,
3a para reservar e dar aos que sofrem por Sião
uma coroa, em vez de cinza,
o óleo da alegria, em vez da aflição.
6a Vós sois os sacerdotes do Senhor,
chamados 'ministros de nosso Deus'.
8b Eu os recompensarei por suas obras segundo a verdade,
e farei com eles uma aliança perpétua.
9 Sua descendência será conhecida entre as nações,
e seus filhos se fixarão no meio dos povos;
quem os vir há de reconhecê-los
como descendentes abençoados por Deus.
- Palavra do Senhor.
R. Graças a Deus.
Salmo Responsorial
(Sl 88, 21-22.25.27)
R. Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.
21 Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, *
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
22 Estará sempre com ele minha mão onipotente, *
e meu braço poderoso há de ser a sua força.R.
25 Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, *
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
27 Ele, então, me invocará: `Â Senhor, vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo
onde encontro a salvação!'R.
Segunda Leitura
- Leitura do Livro do Apocalipse de São João 1,5-8
A vós graça e paz
5 da parte de Jesus Cristo,
a testemunha fiel,
o primeiro a ressuscitar dentre os mortos,
o soberano dos reis da terra.
A Jesus, que nos ama,
que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados
6 e que fez de nós um reino,
sacerdotes para seu Deus e Pai,
a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém.
7 Olhai! Ele vem com as nuvens,
e todos os olhos o verão
- também aqueles que o traspassaram.
Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele.
Sim. Amém!
8 'Eu sou o Alfa e o ômega', diz o Senhor Deus,
'aquele que é, que era e que vem,
o Todo-poderoso'.
- Palavra do Senhor.
(Sl 88, 21-22.25.27)
R. Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.
21 Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, *
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
22 Estará sempre com ele minha mão onipotente, *
e meu braço poderoso há de ser a sua força.R.
25 Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, *
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
27 Ele, então, me invocará: `Â Senhor, vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo
onde encontro a salvação!'R.
- Leitura do Livro do Apocalipse de São João 1,5-8
A vós graça e paz
5 da parte de Jesus Cristo,
a testemunha fiel,
o primeiro a ressuscitar dentre os mortos,
o soberano dos reis da terra.
A Jesus, que nos ama,
que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados
6 e que fez de nós um reino,
sacerdotes para seu Deus e Pai,
a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém.
7 Olhai! Ele vem com as nuvens,
e todos os olhos o verão
- também aqueles que o traspassaram.
Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele.
Sim. Amém!
8 'Eu sou o Alfa e o ômega', diz o Senhor Deus,
'aquele que é, que era e que vem,
o Todo-poderoso'.
- Palavra do Senhor.
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
22 Estará sempre com ele minha mão onipotente, *
e meu braço poderoso há de ser a sua força.R.
25 Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, *
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
27 Ele, então, me invocará: `Â Senhor, vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo
onde encontro a salvação!'R.
Segunda Leitura
- Leitura do Livro do Apocalipse de São João 1,5-8
A vós graça e paz
5 da parte de Jesus Cristo,
a testemunha fiel,
o primeiro a ressuscitar dentre os mortos,
o soberano dos reis da terra.
A Jesus, que nos ama,
que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados
6 e que fez de nós um reino,
sacerdotes para seu Deus e Pai,
a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém.
7 Olhai! Ele vem com as nuvens,
e todos os olhos o verão
- também aqueles que o traspassaram.
Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele.
Sim. Amém!
8 'Eu sou o Alfa e o ômega', diz o Senhor Deus,
'aquele que é, que era e que vem,
o Todo-poderoso'.
- Palavra do Senhor.
R. Graças a Deus.
Evangelho
— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (4,16-21)
R. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo:
16 Jesus veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado.
Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado,
e levantou-se para fazer a leitura.
17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías.
Abrindo o livro,
Jesus achou a passagem em que está escrito:
18 'O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me consagrou com a unção
para anunciar a Boa Nova aos pobres;
enviou-me para proclamar a libertação aos cativos
e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos
19 e para proclamar um ano da graça do Senhor.'
20 Depois fechou o livro,
entregou-o ao ajudante, e sentou-se.
Todos os que estavam na sinagoga
tinham os olhos fixos nele.
21 Então começou a dizer-lhes:
'Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura
que acabastes de ouvir.'
— Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.
Homilia
No dia em que o mestre Jesus reúne os seus apóstolos no cenáculo, em Jerusalém, para realizar a última ceia pascal, celebramos a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. Renovando, nessa ocasião, o compromisso sacerdotal, repercute em nossos corações a responsabilidade daquilo que escutamos do profeta Isaías na primeira leitura: “Vós sois os sacerdotes do Senhor, chamados ministros do nosso Deus”. Ser padre ou diácono permanente é uma graça muito especial em nossa vida. Ninguém é merecedor de tamanha graça, porém, a misericórdia de Deus se manifestou plenamente em nossa indignidade transformando-nos em portadores dos dons de Deus e anunciadores da boa nova da salvação.
Gostaria de recordar, com vocês, algumas ideias, a partir do 'Presbyterorum Ordinis', especialmente dos dois primeiros capítulos deste importante decreto conciliar: O presbítero na missão da Igreja e o ministério dos presbíteros.
No capítulo primeiro podemos ler: “O fim que visam os presbíteros, por seu ministério e vida, é ocupar-se da glória de Deus Pai em Cristo. Consiste esta glória em aceitarem os homens a obra de Deus, levada à perfeição por Cristo, de maneira consciente, livre e grata, levando-a a irradiar-se em toda a sua vida. Assim os presbíteros ao se dedicarem à oração e à adoração, ao pregarem a palavra, ao oferecerem o Sacrifício Eucarístico e administrarem os demais sacramentos, ao exercerem os diversos ministérios em favor dos homens, contribuem de um lado para aumentar a glória de Deus e por outro para levar os homens a se adiantarem na vida divina” (nº 1146)".
Vários pensamentos nos sugerem esse texto, mas, fixemos o nosso olhar apenas nos dois pontos finais: “aumentar a glória de Deus e levar os homens a se adiantarem na vida divina”. Vinculados ao sacerdócio de Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote, somos chamados a proclamar a glória de Deus como Ele o fez em vários momentos de sua vida pública. Por ocasião da ressurreição de seu amigo Lázaro, Jesus afirma à sua irmã Marta: “Se creres, verás a glória de Deus” (Jo 11,40). Portanto, para ver a glória de Deus e, sobretudo, proclamá-la é necessário crer. Crendo é preciso testemunhar não só por palavras mas também por atos. Precisamos ter a humildade de reconhecer que, nem sempre convencemos pela maneira como exercemos o nosso ministério. Em muitas ocasiões falta vida, convicção e entusiasmo. No início do relato da ressurreição de Lázaro, quando Jesus toma conhecimento da sua enfermidade, assegura: “Esta enfermidade tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus” (Jo 11,4). Perguntamos: Será que, de fato, estamos glorificando o Filho de Deus pela maneira como exercemos o nosso ministério? É questionamento que deveríamos fazer sempre, para provocar as mudanças necessárias à nossa vida de consagrados e vocacionados para a santidade.
Por outro lado, “levar os homens a se adiantarem na vida divina” é motivá-los a permanecer em Deus. “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muitos frutos; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Seguir Jesus é permanecer n’Ele e com Ele. Aos poucos vamos percebendo a ação da Graça em nós. “Deus se tornou homem para que pudéssemos nos tornar deuses” afirma Santo Atanásio. A encarnação de Deus é o fundamento da fé cristã. Cristo é o “Logos de Deus” que se faz homem. O seguimento de Jesus exige, de nossa parte, um contínuo arrependimento e reconciliação, consigo mesmo, com o outro e simultaneamente com o próprio Deus misericordioso.
No que diz respeito ao cap. II: “O ministério dos presbíteros”, entendo como diretrizes de ação pastoral e projeto pessoal de vida, o que está indicado no nº 1157: “Embora sejam devedores de todos, os presbíteros todavia aceitam como confiados a si de modo particular os pobres e mais humildes, aos quais o próprio Senhor se associou e cuja evangelização é dada como sinal da obra messiânica. Com desvelo igualmente peculiar hão de ocupar-se dos mais jovens e além disso dos esposos e pais”.
A Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellin, primeira após o encerramento do Vaticano II, proclamou, com clareza, a “opção preferencial pelos pobres” (nº 14). É certo que a ideia da “Igreja dos pobres” já tinha ressoado, de modo pertinente, na voz do papa que convocou o concílio. O famoso cardeal conciliar Lercaro gostaria de por todo o concílio sob esse pensamento profético do papa João XXIII, mas não foi ouvido, pelo menos de imediato. É o que fez o padre Gustavo Gutiérrez dizer: “Os pobres bateram à porta do Concílio, mas não foram atendidos”. Da ideia de uma Igreja de todos, mas especialmente dos pobres o que se destacou nos documentos conciliares é o que está escrito na Constituição Dogmática “Lumen Gentium” sobre a Igreja. “Assim como Cristo consumou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir o mesmo caminho, a fim de comunicar aos homens os frutos da salvação. Cristo Jesus “como subsistisse na condição de Deus, despojou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fil 2,6) e por nossa causa “fez-se pobre embora fosse rico” (2Cor 8,9): da mesma maneira a Igreja, embora necessite dos bens humanos para executar sua missão, não foi instituída para buscar a glória terrestre, mas para proclamar, também pelo seu próprio exemplo, a humildade e a abnegação. Cristo foi enviado pelo Pai para “evangelizar os pobres, sanar os contritos de coração” (Lc 4,18), “procurar e salvar o que estava perdido”. Semelhantemente, a Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seu Fundador pobre e sofredor. Faz o possível para mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir o Cristo” (LG 8b). Estas sábias palavras foram suficientes para motivar a Igreja a assumir corajosamente o exemplo de Jesus, sobretudo, nas regiões mais empobrecidas do planeta, onde estes filhos e filhas, amados de Deus, são descriminados e injustiçados.
Nesta linha do compromisso com os pobres, no Presbiterorum Ordinis, encontramos a seguinte recomendação: “os presbíteros são convidados a abraçar a pobreza voluntária, que tornará mais evidente sua semelhança com Cristo e os fará mais disponíveis para o sagrado ministério. Pois Cristo, por nossa causa se fez pobre sendo rico, a fim de nos enriquecer por sua pobreza. Também os Apóstolos atestaram pelo seu exemplo que o dom gratuito de Deus deve ser dado de graça, sabendo viver na abundância e na penúria. Mesmo assim, algum uso comunitário das coisas, à imitação da comunhão de bens que mereceu destaque na história da Igreja primitiva, abriria do melhor modo o caminho para a caridade pastoral. Por tal forma de vida, os presbíteros poderiam levar honrosamente à prática o espírito de pobreza recomendado por Cristo” (nº 1201). O Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, nosso primeiro papa jesuíta, ao assumir o ministério petrino, apresentou-se com o nome de Francisco, o pobre de Assis. Suas primeiras palavras e gestos vêm confirmando seu desejo de uma Igreja despojada, servidora e humilde. O mundo está encantado com a simplicidade do primeiro papa latino-americano que tem se apresentado como bispo de Roma.
O texto ainda lembra “os jovens e a família” (esposos e pais). Os jovens têm merecido especial atenção da Igreja nos últimos anos. No Brasil, de maneira especial, a partir de 2007 com a aprovação do documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude”, Neste ano de 2013 terá impulso ainda maior com a realização da Jornada Mundial da Juventude, sobretudo, com a presença carismática do papa Francisco. Igualmente a família, tem crescido a partir da criação da “Comissão Episcopal de Pastoral para a Vida e a Família”, no âmbito nacional e diocesano.
O texto do Apocalipse que escutamos na segunda leitura, recorda-nos que Deus fez de todos nós um novo e definitivo povo sacerdotal. O conceito de sacerdócio implica no de consagração, cujo sinal exterior é a unção com o óleo santo. Por isso a Igreja continua a consagrar o óleo que servirá para assinalar a fronte dos seus filhos e filhas. Conforme a tradição, nesta Missa iremos consagrar o Santo Crisma para significar o dom do Espírito Santo no Batismo, na Confirmação e na Ordem. Abençoaremos também o óleo para os Catecúmenos e Enfermos, sinais da força que liberta do mal e sustenta na provação da doença. Estes santos óleos, distribuídos para toda a arquidiocese será sinal de unidade e fonte de bênçãos, para todos os que com ele forem ungidos.
Acompanhemos com atenção e piedade esse rito, após a renovação das promessas sacerdotais que faremos agora.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife
Deus os Abençoe,
Paz e Bem.
- in Corde Jesu, semper.
Evangelho
— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (4,16-21)
R. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo:
16 Jesus veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado.
Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado,
e levantou-se para fazer a leitura.
17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías.
Abrindo o livro,
Jesus achou a passagem em que está escrito:
18 'O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me consagrou com a unção
para anunciar a Boa Nova aos pobres;
enviou-me para proclamar a libertação aos cativos
e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos
19 e para proclamar um ano da graça do Senhor.'
20 Depois fechou o livro,
entregou-o ao ajudante, e sentou-se.
Todos os que estavam na sinagoga
tinham os olhos fixos nele.
21 Então começou a dizer-lhes:
'Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura
que acabastes de ouvir.'
16 Jesus veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado.
Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado,
e levantou-se para fazer a leitura.
17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías.
Abrindo o livro,
Jesus achou a passagem em que está escrito:
18 'O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me consagrou com a unção
para anunciar a Boa Nova aos pobres;
enviou-me para proclamar a libertação aos cativos
e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos
19 e para proclamar um ano da graça do Senhor.'
20 Depois fechou o livro,
entregou-o ao ajudante, e sentou-se.
Todos os que estavam na sinagoga
tinham os olhos fixos nele.
21 Então começou a dizer-lhes:
'Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura
que acabastes de ouvir.'
No dia em que o mestre Jesus reúne os seus apóstolos no cenáculo, em Jerusalém, para realizar a última ceia pascal, celebramos a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. Renovando, nessa ocasião, o compromisso sacerdotal, repercute em nossos corações a responsabilidade daquilo que escutamos do profeta Isaías na primeira leitura: “Vós sois os sacerdotes do Senhor, chamados ministros do nosso Deus”. Ser padre ou diácono permanente é uma graça muito especial em nossa vida. Ninguém é merecedor de tamanha graça, porém, a misericórdia de Deus se manifestou plenamente em nossa indignidade transformando-nos em portadores dos dons de Deus e anunciadores da boa nova da salvação.
Gostaria de recordar, com vocês, algumas ideias, a partir do 'Presbyterorum Ordinis', especialmente dos dois primeiros capítulos deste importante decreto conciliar: O presbítero na missão da Igreja e o ministério dos presbíteros.
No capítulo primeiro podemos ler: “O fim que visam os presbíteros, por seu ministério e vida, é ocupar-se da glória de Deus Pai em Cristo. Consiste esta glória em aceitarem os homens a obra de Deus, levada à perfeição por Cristo, de maneira consciente, livre e grata, levando-a a irradiar-se em toda a sua vida. Assim os presbíteros ao se dedicarem à oração e à adoração, ao pregarem a palavra, ao oferecerem o Sacrifício Eucarístico e administrarem os demais sacramentos, ao exercerem os diversos ministérios em favor dos homens, contribuem de um lado para aumentar a glória de Deus e por outro para levar os homens a se adiantarem na vida divina” (nº 1146)".
Vários pensamentos nos sugerem esse texto, mas, fixemos o nosso olhar apenas nos dois pontos finais: “aumentar a glória de Deus e levar os homens a se adiantarem na vida divina”. Vinculados ao sacerdócio de Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote, somos chamados a proclamar a glória de Deus como Ele o fez em vários momentos de sua vida pública. Por ocasião da ressurreição de seu amigo Lázaro, Jesus afirma à sua irmã Marta: “Se creres, verás a glória de Deus” (Jo 11,40). Portanto, para ver a glória de Deus e, sobretudo, proclamá-la é necessário crer. Crendo é preciso testemunhar não só por palavras mas também por atos. Precisamos ter a humildade de reconhecer que, nem sempre convencemos pela maneira como exercemos o nosso ministério. Em muitas ocasiões falta vida, convicção e entusiasmo. No início do relato da ressurreição de Lázaro, quando Jesus toma conhecimento da sua enfermidade, assegura: “Esta enfermidade tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus” (Jo 11,4). Perguntamos: Será que, de fato, estamos glorificando o Filho de Deus pela maneira como exercemos o nosso ministério? É questionamento que deveríamos fazer sempre, para provocar as mudanças necessárias à nossa vida de consagrados e vocacionados para a santidade.
Por outro lado, “levar os homens a se adiantarem na vida divina” é motivá-los a permanecer em Deus. “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muitos frutos; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Seguir Jesus é permanecer n’Ele e com Ele. Aos poucos vamos percebendo a ação da Graça em nós. “Deus se tornou homem para que pudéssemos nos tornar deuses” afirma Santo Atanásio. A encarnação de Deus é o fundamento da fé cristã. Cristo é o “Logos de Deus” que se faz homem. O seguimento de Jesus exige, de nossa parte, um contínuo arrependimento e reconciliação, consigo mesmo, com o outro e simultaneamente com o próprio Deus misericordioso.
No que diz respeito ao cap. II: “O ministério dos presbíteros”, entendo como diretrizes de ação pastoral e projeto pessoal de vida, o que está indicado no nº 1157: “Embora sejam devedores de todos, os presbíteros todavia aceitam como confiados a si de modo particular os pobres e mais humildes, aos quais o próprio Senhor se associou e cuja evangelização é dada como sinal da obra messiânica. Com desvelo igualmente peculiar hão de ocupar-se dos mais jovens e além disso dos esposos e pais”.
A Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellin, primeira após o encerramento do Vaticano II, proclamou, com clareza, a “opção preferencial pelos pobres” (nº 14). É certo que a ideia da “Igreja dos pobres” já tinha ressoado, de modo pertinente, na voz do papa que convocou o concílio. O famoso cardeal conciliar Lercaro gostaria de por todo o concílio sob esse pensamento profético do papa João XXIII, mas não foi ouvido, pelo menos de imediato. É o que fez o padre Gustavo Gutiérrez dizer: “Os pobres bateram à porta do Concílio, mas não foram atendidos”. Da ideia de uma Igreja de todos, mas especialmente dos pobres o que se destacou nos documentos conciliares é o que está escrito na Constituição Dogmática “Lumen Gentium” sobre a Igreja. “Assim como Cristo consumou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir o mesmo caminho, a fim de comunicar aos homens os frutos da salvação. Cristo Jesus “como subsistisse na condição de Deus, despojou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fil 2,6) e por nossa causa “fez-se pobre embora fosse rico” (2Cor 8,9): da mesma maneira a Igreja, embora necessite dos bens humanos para executar sua missão, não foi instituída para buscar a glória terrestre, mas para proclamar, também pelo seu próprio exemplo, a humildade e a abnegação. Cristo foi enviado pelo Pai para “evangelizar os pobres, sanar os contritos de coração” (Lc 4,18), “procurar e salvar o que estava perdido”. Semelhantemente, a Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seu Fundador pobre e sofredor. Faz o possível para mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir o Cristo” (LG 8b). Estas sábias palavras foram suficientes para motivar a Igreja a assumir corajosamente o exemplo de Jesus, sobretudo, nas regiões mais empobrecidas do planeta, onde estes filhos e filhas, amados de Deus, são descriminados e injustiçados.
Nesta linha do compromisso com os pobres, no Presbiterorum Ordinis, encontramos a seguinte recomendação: “os presbíteros são convidados a abraçar a pobreza voluntária, que tornará mais evidente sua semelhança com Cristo e os fará mais disponíveis para o sagrado ministério. Pois Cristo, por nossa causa se fez pobre sendo rico, a fim de nos enriquecer por sua pobreza. Também os Apóstolos atestaram pelo seu exemplo que o dom gratuito de Deus deve ser dado de graça, sabendo viver na abundância e na penúria. Mesmo assim, algum uso comunitário das coisas, à imitação da comunhão de bens que mereceu destaque na história da Igreja primitiva, abriria do melhor modo o caminho para a caridade pastoral. Por tal forma de vida, os presbíteros poderiam levar honrosamente à prática o espírito de pobreza recomendado por Cristo” (nº 1201). O Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, nosso primeiro papa jesuíta, ao assumir o ministério petrino, apresentou-se com o nome de Francisco, o pobre de Assis. Suas primeiras palavras e gestos vêm confirmando seu desejo de uma Igreja despojada, servidora e humilde. O mundo está encantado com a simplicidade do primeiro papa latino-americano que tem se apresentado como bispo de Roma.
O texto ainda lembra “os jovens e a família” (esposos e pais). Os jovens têm merecido especial atenção da Igreja nos últimos anos. No Brasil, de maneira especial, a partir de 2007 com a aprovação do documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude”, Neste ano de 2013 terá impulso ainda maior com a realização da Jornada Mundial da Juventude, sobretudo, com a presença carismática do papa Francisco. Igualmente a família, tem crescido a partir da criação da “Comissão Episcopal de Pastoral para a Vida e a Família”, no âmbito nacional e diocesano.
O texto do Apocalipse que escutamos na segunda leitura, recorda-nos que Deus fez de todos nós um novo e definitivo povo sacerdotal. O conceito de sacerdócio implica no de consagração, cujo sinal exterior é a unção com o óleo santo. Por isso a Igreja continua a consagrar o óleo que servirá para assinalar a fronte dos seus filhos e filhas. Conforme a tradição, nesta Missa iremos consagrar o Santo Crisma para significar o dom do Espírito Santo no Batismo, na Confirmação e na Ordem. Abençoaremos também o óleo para os Catecúmenos e Enfermos, sinais da força que liberta do mal e sustenta na provação da doença. Estes santos óleos, distribuídos para toda a arquidiocese será sinal de unidade e fonte de bênçãos, para todos os que com ele forem ungidos.
Acompanhemos com atenção e piedade esse rito, após a renovação das promessas sacerdotais que faremos agora.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife
Gostaria de recordar, com vocês, algumas ideias, a partir do 'Presbyterorum Ordinis', especialmente dos dois primeiros capítulos deste importante decreto conciliar: O presbítero na missão da Igreja e o ministério dos presbíteros.
No capítulo primeiro podemos ler: “O fim que visam os presbíteros, por seu ministério e vida, é ocupar-se da glória de Deus Pai em Cristo. Consiste esta glória em aceitarem os homens a obra de Deus, levada à perfeição por Cristo, de maneira consciente, livre e grata, levando-a a irradiar-se em toda a sua vida. Assim os presbíteros ao se dedicarem à oração e à adoração, ao pregarem a palavra, ao oferecerem o Sacrifício Eucarístico e administrarem os demais sacramentos, ao exercerem os diversos ministérios em favor dos homens, contribuem de um lado para aumentar a glória de Deus e por outro para levar os homens a se adiantarem na vida divina” (nº 1146)".
Vários pensamentos nos sugerem esse texto, mas, fixemos o nosso olhar apenas nos dois pontos finais: “aumentar a glória de Deus e levar os homens a se adiantarem na vida divina”. Vinculados ao sacerdócio de Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote, somos chamados a proclamar a glória de Deus como Ele o fez em vários momentos de sua vida pública. Por ocasião da ressurreição de seu amigo Lázaro, Jesus afirma à sua irmã Marta: “Se creres, verás a glória de Deus” (Jo 11,40). Portanto, para ver a glória de Deus e, sobretudo, proclamá-la é necessário crer. Crendo é preciso testemunhar não só por palavras mas também por atos. Precisamos ter a humildade de reconhecer que, nem sempre convencemos pela maneira como exercemos o nosso ministério. Em muitas ocasiões falta vida, convicção e entusiasmo. No início do relato da ressurreição de Lázaro, quando Jesus toma conhecimento da sua enfermidade, assegura: “Esta enfermidade tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus” (Jo 11,4). Perguntamos: Será que, de fato, estamos glorificando o Filho de Deus pela maneira como exercemos o nosso ministério? É questionamento que deveríamos fazer sempre, para provocar as mudanças necessárias à nossa vida de consagrados e vocacionados para a santidade.
Por outro lado, “levar os homens a se adiantarem na vida divina” é motivá-los a permanecer em Deus. “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muitos frutos; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Seguir Jesus é permanecer n’Ele e com Ele. Aos poucos vamos percebendo a ação da Graça em nós. “Deus se tornou homem para que pudéssemos nos tornar deuses” afirma Santo Atanásio. A encarnação de Deus é o fundamento da fé cristã. Cristo é o “Logos de Deus” que se faz homem. O seguimento de Jesus exige, de nossa parte, um contínuo arrependimento e reconciliação, consigo mesmo, com o outro e simultaneamente com o próprio Deus misericordioso.
No que diz respeito ao cap. II: “O ministério dos presbíteros”, entendo como diretrizes de ação pastoral e projeto pessoal de vida, o que está indicado no nº 1157: “Embora sejam devedores de todos, os presbíteros todavia aceitam como confiados a si de modo particular os pobres e mais humildes, aos quais o próprio Senhor se associou e cuja evangelização é dada como sinal da obra messiânica. Com desvelo igualmente peculiar hão de ocupar-se dos mais jovens e além disso dos esposos e pais”.
A Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellin, primeira após o encerramento do Vaticano II, proclamou, com clareza, a “opção preferencial pelos pobres” (nº 14). É certo que a ideia da “Igreja dos pobres” já tinha ressoado, de modo pertinente, na voz do papa que convocou o concílio. O famoso cardeal conciliar Lercaro gostaria de por todo o concílio sob esse pensamento profético do papa João XXIII, mas não foi ouvido, pelo menos de imediato. É o que fez o padre Gustavo Gutiérrez dizer: “Os pobres bateram à porta do Concílio, mas não foram atendidos”. Da ideia de uma Igreja de todos, mas especialmente dos pobres o que se destacou nos documentos conciliares é o que está escrito na Constituição Dogmática “Lumen Gentium” sobre a Igreja. “Assim como Cristo consumou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir o mesmo caminho, a fim de comunicar aos homens os frutos da salvação. Cristo Jesus “como subsistisse na condição de Deus, despojou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fil 2,6) e por nossa causa “fez-se pobre embora fosse rico” (2Cor 8,9): da mesma maneira a Igreja, embora necessite dos bens humanos para executar sua missão, não foi instituída para buscar a glória terrestre, mas para proclamar, também pelo seu próprio exemplo, a humildade e a abnegação. Cristo foi enviado pelo Pai para “evangelizar os pobres, sanar os contritos de coração” (Lc 4,18), “procurar e salvar o que estava perdido”. Semelhantemente, a Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seu Fundador pobre e sofredor. Faz o possível para mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir o Cristo” (LG 8b). Estas sábias palavras foram suficientes para motivar a Igreja a assumir corajosamente o exemplo de Jesus, sobretudo, nas regiões mais empobrecidas do planeta, onde estes filhos e filhas, amados de Deus, são descriminados e injustiçados.
Nesta linha do compromisso com os pobres, no Presbiterorum Ordinis, encontramos a seguinte recomendação: “os presbíteros são convidados a abraçar a pobreza voluntária, que tornará mais evidente sua semelhança com Cristo e os fará mais disponíveis para o sagrado ministério. Pois Cristo, por nossa causa se fez pobre sendo rico, a fim de nos enriquecer por sua pobreza. Também os Apóstolos atestaram pelo seu exemplo que o dom gratuito de Deus deve ser dado de graça, sabendo viver na abundância e na penúria. Mesmo assim, algum uso comunitário das coisas, à imitação da comunhão de bens que mereceu destaque na história da Igreja primitiva, abriria do melhor modo o caminho para a caridade pastoral. Por tal forma de vida, os presbíteros poderiam levar honrosamente à prática o espírito de pobreza recomendado por Cristo” (nº 1201). O Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, nosso primeiro papa jesuíta, ao assumir o ministério petrino, apresentou-se com o nome de Francisco, o pobre de Assis. Suas primeiras palavras e gestos vêm confirmando seu desejo de uma Igreja despojada, servidora e humilde. O mundo está encantado com a simplicidade do primeiro papa latino-americano que tem se apresentado como bispo de Roma.
O texto ainda lembra “os jovens e a família” (esposos e pais). Os jovens têm merecido especial atenção da Igreja nos últimos anos. No Brasil, de maneira especial, a partir de 2007 com a aprovação do documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude”, Neste ano de 2013 terá impulso ainda maior com a realização da Jornada Mundial da Juventude, sobretudo, com a presença carismática do papa Francisco. Igualmente a família, tem crescido a partir da criação da “Comissão Episcopal de Pastoral para a Vida e a Família”, no âmbito nacional e diocesano.
O texto do Apocalipse que escutamos na segunda leitura, recorda-nos que Deus fez de todos nós um novo e definitivo povo sacerdotal. O conceito de sacerdócio implica no de consagração, cujo sinal exterior é a unção com o óleo santo. Por isso a Igreja continua a consagrar o óleo que servirá para assinalar a fronte dos seus filhos e filhas. Conforme a tradição, nesta Missa iremos consagrar o Santo Crisma para significar o dom do Espírito Santo no Batismo, na Confirmação e na Ordem. Abençoaremos também o óleo para os Catecúmenos e Enfermos, sinais da força que liberta do mal e sustenta na provação da doença. Estes santos óleos, distribuídos para toda a arquidiocese será sinal de unidade e fonte de bênçãos, para todos os que com ele forem ungidos.
Acompanhemos com atenção e piedade esse rito, após a renovação das promessas sacerdotais que faremos agora.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife
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