domingo, 31 de julho de 2016

LITURGIA DO DIA 01/08/2016 - "Ensinai-me a fazer vossa vontade".

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SEGUNDA-FEIRA

Ano: C

Santo do dia: Santo Afonso Maria de Ligório.

Cor litúrgica do dia: BRANCO

Anos Pares

18ª Semana do Tempo Comum.


Primeira leitura  


Leitura do Livro do Profeta Jeremias (28,1-17)

1 Nesse mesmo ano, 
no início do reinado de Sedecias, rei de Judá, 
no quinto mês do quarto ano, 
disse-me o profeta Ananias, filho de Azur, 
profeta de Gabdon, na casa do Senhor 
e na presença dos sacerdotes e de todo o povo: 
2 'Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: 
Quebrei o jugo do rei da Babilônia. 
3 Ainda dois anos 
e eu farei reconduzir a este lugar 
todos os vasos da casa do Senhor, 
que Nabucodonosor, rei de Babilônia, 
tirou deste lugar e transferiu para Babilônia. 
4 Também reconduzirei a este lugar Jeconias, 
filho de Joaquim e rei de Judá, 
juntamente com toda a massa de judeus 
desterrados para Babilônia, diz o Senhor, 
pois eu quebro o jugo do rei de Babilônia.' 
5 Respondeu o profeta Jeremias ao profeta Ananias, 
na presença dos sacerdotes e de todo o povo 
que estava na casa do Senhor, 
6 dizendo: 
'Amém, assim permita o Senhor! 
Realize ele as palavras que profetizaste, 
trazendo de volta os vasos para a casa do Senhor 
e todos os deportados de Babilônia para esta terra. 
7 Ouve, porém, esta palavra 
que eu digo aos teus ouvidos 
e aos ouvidos de todo o povo: 
8 Os profetas que existiram antigamente, 
antes de mim e antes de ti, 
profetizaram sobre guerras, aflições e peste 
para muitos povos e reinos poderosos; 
9 mas o profeta que profetiza paz, 
esse somente será reconhecido como profeta, 
que em verdade o Senhor enviou, 
quando sua palavra for verificada.' 
10 Então o profeta Ananias retirou o jugo 
do pescoço do profeta Jeremias e quebrou-o; 
11 e disse Ananias, na presença de todo o povo: 
'Isto diz o Senhor: 
Deste modo quebrarei o jugo de Nabucodonosor, 
rei da Babilônia, dentro de dois anos, 
livrando dele o pescoço de todos os povos.' 
E foi-se pelo seu caminho o profeta Jeremias. 
12 Depois que o profeta Ananias havia retirado 
o jugo do pescoço do profeta Jeremias, 
dirigiu-se novamente a palavra do Senhor a Jeremias: 
13 'Vai dizer a Ananias: 
Isto diz o Senhor: 
Quebraste um jugo de madeira, 
mas em seu lugar farás um de ferro. 
14 Isto diz o Senhor dos exércitos, 
Deus de Israel: 
Pus um jugo de ferro 
sobre o pescoço de todas estas nações, 
para servirem a Nabucodonosor, rei de Babilônia, 
e lhe serão de fato submissas; 
além disso, dei-lhe também os animais do campo.' 
15 Disse ainda o profeta Jeremias ao profeta Ananias: 
'Ouve, Ananias, não foste enviado pelo Senhor, 
e contudo fizeste este povo confiar em mentiras. 
16 Isto diz o Senhor: 
Eis que te farei partir desta terra; 
morrerás este ano, 
pois pregaste a infidelidade contra o Senhor.' 
17 Naquele ano, no sétimo mês, 
morreu o profeta Ananias. 
- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Salmo Responsorial  
(Sl 118,29. 43. 79. 80. 95. 102 (68b))

R. Ensinai-me a fazer vossa vontade!

29 Afastai-me do caminho da mentira * 
e dai-me a vossa lei como um presente!   R.

43 Não retireis vossa verdade de meus lábios, * 
pois eu confio em vossos justos julgamentos!   R.

79 Que se voltem para mim os que vos temem * 
e conhecem, ó Senhor, vossa Aliança!   R.

80 Meu coração seja perfeito em vossa lei, * 
e não serei, de modo algum, envergonhado!   R.

95 Espreitam-me os maus para perder-me, * 
mas continuo sempre atento à vossa lei.   R.

102 De vossos julgamentos não me afasto, * 
porque vós mesmo me ensinastes vossas leis.   R. 

Evangelho

— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus (14,22-36)

R. Glória a vós, Senhor.

Depois que a multidão comera até saciar-se, 
22 Jesus mandou que os discípulos entrassem na barco 
e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, 
enquanto ele despediria as multidões. 
23 Depois de despedi-las, 
Jesus subiu ao monte, para orar a sós. 
A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 
24 A barca, porém, já longe da terra, 
era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 
25 Pelas três horas da manhã, 
Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 
26 Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, 
ficaram apavorados, e disseram: 
'É um fantasma'. E gritaram de medo. 
27 Jesus, porém, logo lhes disse: 
'Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!' 
28 Então Pedro lhe disse: 
'Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, 
caminhando sobre a água.' 
29 E Jesus respondeu: 'Vem!' 
Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, 
em direção a Jesus. 
30 Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo 
e começando a afundar, gritou: 'Senhor, salva-me!' 
31 Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: 
'Homem fraco na fé, por que duvidaste?' 
32 Assim que subiram no barco, o vento se acalmou. 
33 Os que estavam no barco, 
prostraram-se diante dele, dizendo: 
'Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!' 
34 Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 
35 Os habitantes daquele lugar, reconheceram Jesus 
e espalharam a notícia por toda a região. 
Então levaram a ele todos os doentes; 
36 e pediam que pudessem, ao menos, 
tocar a barra de sua veste. 
E todos os que a tocaram, ficaram curados. 
—  Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.
Homilia
O fato de Jesus caminhar sobre as águas é causa de assombro para os seus discípulos, principalmente porque, segundo o livro de Jó, somente Deus caminha sobre o mar, de modo que este fato revela aos discípulos que estão diante do verdadeiro Deus que se fez homem e está no meio de nós, mas inicialmente a surpresa é tão grande que gera dúvida em seus corações que, depois de serem iluminados pela fé, os levam ao reconhecimento da pessoa divina que está diante dele. Assim também nós, que recebemos muitas graças de Deus, só o reconheceremos quando nossos corações forem iluminados pela fé, de modo que possamos superar o nosso assombro inicial.
Fonte CNBB

Jesus manda os discípulos para o outro lado do mar, enquanto ele próprio despediria as multidões. O destaque no evangelho de hoje vai para o barco agitado pelas ondas e pelo vento. Numa primeira fase, o “barco” simboliza a Igreja, já em processo de institucionalização na década de 80 do primeiro século do Cristianismo, quando Mateus escreve seu evangelho. Em segundo lugar simboliza a sua vida quando chega o momento das tentações e problemas de vários tipos.

Quando Jesus se aproxima, caminhando sobre as águas, Mateus narra também a caminhada de Pedro, que a tradição passou a cultuar como figura proeminente na Igreja. A vacilação de Pedro ao andar sobre as águas, entre a fé e a dúvida, induz as comunidades a compreenderem a importância de uma fé firme e decidida em Cristo como o tudo em todas as circunstâncias. Quem nos faz saber isso é Mateus que termina com a proclamação messiânica dos discípulos: “Verdadeiramente, tu és Filho de Deus”. A afirmação do messianismo de Jesus é uma forte característica de Mateus.

As comunidades de discípulos, ao longo da história, passam por tribulações sofrendo repressões. Pode-se chegar ao desânimo, com o sentimento de abandono por parte de Deus. Se assim acontecer, submerge-se no oceano do mundo dominado pelos poderes fundados sobre as riquezas acumuladas, que desprezam a vida dos pobres e pequeninos.

Contudo Jesus está presente. Não há o que temer, pois Jesus é a fonte da vida e a luz para o nosso caminho, e é a força propulsora da nova criação, do mundo novo possível.

Desse modo, percebe-se, na primeira leitura, que nem sempre Deus se manifesta da forma que tradicionalmente nos acostumamos a buscá-lo; e, na segunda, pode-se ver o apóstolo Paulo preocupado com a situação da comunidade. Preocupações dissipadas quando identificamos no evangelho, que as dificuldades da vida não podem afogar uma comunidade fundamentada na palavra de Deus e na fé no Cristo Ressuscitado.

Por que tanto medo? Jesus está conosco! Enquanto Jesus reza no monte, a barca dos discípulos está velejando no lago de Genesaré (Mt 14,22-23). Jesus os tinha obrigado a ir para o “outro lado”, isto é, para a terra dos pagãos. Para quê? Certamente para ensinar aos outros povos que a partilha é que constrói uma sociedade nova. Mas sair de casa para ir até os outros não é coisa fácil. O mar agitado, cheio de ventos fortes e ondas. O que significa isso? Significa a resistência dos discípulos, e a resistência de todos nós em compreender que o projeto de Deus é para todos, e não apenas para nós.

Jesus, em alta madrugada, vai até os discípulos, andando sobre a água. Ora, isso era prerrogativa de Deus (veja o livro de Jó 9,8). Os discípulos pensam que Jesus é um fantasma, e gritam de medo. Jesus, porém, os tranquiliza, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. Este é o modo como Deus sempre tranquiliza os homens. E o “sou eu” lembra imediatamente o Deus do êxodo, que se revelou a Moisés como sendo o “Eu Sou”. Tudo isso mostra que os discípulos ainda não cresceram na fé.

Pedro, o líder dos discípulos e futuro chefe de todas as comunidades, faz um desafio: ir até Jesus, andando como ele sobre as águas, isto é, participando da sua divindade. Perigo. Para isso é preciso fé grande, entrega total. O que não acontece, pois Pedro teme, duvida, e começa a afundar.

O que Jesus diz vale para todos nós: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?” Também nós duvidamos quando as coisas ficam difíceis e os ventos se tornam contrários, prova de que ainda não confiamos em Deus e no seu projeto. O vento cessa logo que Jesus entra na barca. Por quê? Dizem que no olho do furacão reina completa paz. Com Jesus em nosso meio estamos no olho do furacão: ao redor tudo gira e ameaça, mas nós permanecemos calmos, certos de que o projeto de Deus, realizado por Jesus, é e sempre será vitorioso. E, reconhecendo isso, vem a grande confissão dos discípulos e da comunidade cristã: “De fato, tu és o Filho de Deus”. Uma confissão de fé que nos faz acreditar em nós mesmos: em nossa vocação e nossa capacidade de amar, servir e partilhar, pois também nós, pelo Batismo, fomos feitos filhos de Deus. Não temamos. Também podemos andar pelas águas agitadas do mundo, sem medo de afundar porque Jesus está por perto. Basta na hora mais difícil gritarmos como Pedro: SOCORRO, SENHOR!
Fonte Canção Nova
Deus os Abençoe! 
Paz e Bem.

in Corde Jesu, semper. 

sábado, 30 de julho de 2016

SANTO INÁCIO DE LOYOLA

Caçula de uma família nobre de treze filhos, Santo Inácio de Loyola ainda na adolescência entrou para as fileiras da Espanha, durante uma batalha contra a França.
Mas devido a um grave ferimento causado pela guerra, foi obrigado a permanecer durante muito tempo em convalescença. Sua cunhada tinha apenas dois livros no castelo: A Vida de Jesus e a Lenda Áurea.

Santo Inácio concluiu: “Se seres humanos foram capazes de uma vida de santidade, por que eu não o seria?” Renunciou então a todos os luxos, trocou sua roupa com um mendigo e decidiu viver como um ermitão, em Manresa.
Após um tempo de meditações e êxtases, escreveu os Exercícios Espirituais – um manual para o crescimento do Espírito e partiu para uma peregrinação. Visitou Roma e Jerusalém.
Abandou os trajes de pedinte e decidiu voltar a estudar para melhor servir a Deus. Seu verdadeiro nome, de batismo, era Iñigo Lopez de Loyola. Trocou o nome para Inácio.
Em 1534, aos 43 anos de idade, São Ignácio obteve o título de professor em artes da Universidade de Paris. Naquela época uniram-se a Ignácio seis estudantes de turma: Pedro Fabro, Francisco Xavier, Lainez e Salmeron (que brilhavam muito nos estudos), Simão Rodriguez e Nicolás Bobadilla.
Estes fizeram votos de castidade, pobreza e de pregar o Evangelho na Palestina. Como isto lhes pareciam impossível, foram se oferecer ao Papa para que os empregassem no serviço de Deus como e onde melhor o julgasse. A cerimônia teve lugar num capela de Montmartre, onde todos receberam a comunhão de mãos de Pedro Fabro, que acabava de ordenar-se sacerdote.
Era o dia da Assunção da Virgem de 1534. Também resolveram que se alguém lhes perguntasse o nome de sua associação responderiam que pertenciam à Companhia de Jesus, porque estavam dispostos a combater o erro e o vício sob o estandarte de Cristo.
Assim era sua espiritualidade militante. Paulo III aprovou a Companhia de Jesus por uma bula emitida em 27 de setembro de 1540. Inácio foi eleito superior geral da nova ordem e, alguns dias mais tarde, todos os membros fizeram os votos na basílica de São Paulo Extramuros.
A atividade da Companhia de Jesus na Inglaterra é um bom exemplo do importantíssimo papel que desempenhou na contra-reforma. Esse movimento tinha a dupla finalidade de dar nova força à vida da Igreja e a de opor-se ao protestantismo.
A Companhia de Jesus era exatamente o que se necessitava no século XVI para afastar a Reforma. A revolução e a desordem eram as características da Reforma. A Companhia tinha como características a obediência e a mais sólida coesão.
Pode-se afirmar, sem pecar contra a verdade histórica, que os jesuítas atacaram, rechaçaram e derrotaram a revolução de Lutero e, com sua pregação e direção espiritual, reconquistaram as almas, porque pregavam somente a Cristo, mas a Cristo crucificado. Uma das obras mais fecundas de Santo Ignácio foi o livro dos “Exercícios Espirituais”.
Começou a escrevê-lo em Manresa e, o publicou em Roma, em 1548, com a aprovação do Papa. Os Exercícios enquadram com a tradição de santidade da Igreja. O novo livro de Santo Inácio é o da ordem e do sistema das meditações. Se bem que, as regras e conselhos que o santo dá em sua obra acham-se disseminados nas obras dos Padres da Igreja, Santo Inácio teve o mérito de os ordenar metodicamente e formulá-los com perfeita clareza.
O fim específico dos Exercícios é o de levar o homem a um estado de serenidade e desapego terreno para que possa eleger “sem deixar-se levar pelo prazer ou pela repugnância”. Assim, o princípio diretor da escolha é unicamente a consideração do que mais conduz à glória de Deus e à perfeição da alma. Como disse o Papa Pio XI, o método Inaciano de oração “dirige o homem pelo caminho da própria abnegação e do domínio dos maus hábitos às mais altos auges de contemplação e amor divino”.
Durante os 15 anos que durou o governo de Santo Ignácio, a ordem aumentou de dez para mil membros e estendeu-se em nove países europeus, assim como na Índia e no Brasil. Frequentemente costumava repetir esta frase, misturando o espanhol com o italiano: “Com toto el core, co tota l´anima, com tota la voluntad” (Com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade).
Faleceu subitamente, sem haver tido sequer ocasião de receber os últimos sacramentos. Foi canonizado em 1622, e o Papa Pio XI o proclamou padroeiro dos exercícios espirituais e retiros.
Oração do Santo Inácio de Loyola: Ó Deus que, por meio de Santo Inácio, fizestes surgir na vossa Igreja um caminho de espiritualidade e serviço e que, ao longo da história, continuais chamando pessoas como nós para que possam contribuir para o anúncio e a construção do Reino, concedei, por intercessão de S.Inácio de Loyola, que cada um de nós escute e siga sempre o vosso apelo. Permiti que, juntos possamos comprometer nossa vida, como membros de uma Igreja toda voltada para o anúncio e a construção do vosso Reino entre os seres humanos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Devoção: A espiritualidade em sua mais profunda forma: oração e ação.
Padroeiro: Dos Exercícios Espirituais e Retiros.
Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!
Fonte www.santoprotetor.com

LITURGIA DO DIA 31/07/2016 - Domingo - "Vós fostes ó Senhor, um refúgio para nós."

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DOMINGO

Ano: C

Santo do dia: Santo Inácio de Loyola.

Cor litúrgica do dia: VERDE

Anos Pares

18ª Domingo do Tempo Comum.


Primeira leitura  



Leitura do Livro do Eclesiastes (1,2; 2,21-23)

2 'Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes,
vaidade das vaidades!
Tudo é vaidade.'
2,21 Por exemplo: um homem que trabalhou com inteligência,
competência e sucesso,
vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro
que em nada colaborou.
Também isso é vaidade e grande desgraça.
22 De fato, que resta ao homem
de todos os trabalhos e preocupações
que o desgastam debaixo do sol?
23 Toda a sua vida é sofrimento,
sua ocupação, um tormento.
Nem mesmo de noite repousa o seu coração.
Também isso é vaidade.
- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Salmo Responsorial  
(Sl 89,3-4.5-6.12-13.14.17 (R.1))


R.Vós fostes ó Senhor, um refúgio para nós. 


3 Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,*
quando dizeis: 'Voltai ao pó, filhos de Adão!'
4 Pois mil anos para vós são como ontem,*
qual vigília de uma noite que passou.   R.

5 Eles passam como o sono da manhã,*
6 são iguais à erva verde pelos campos:
De manhã ela floresce vicejante,*
mas à tarde é cortada e logo seca.   R.

12 Ensinai-nos a contar os nossos dias,*
e dai ao nosso coração sabedoria!
13 Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? 
Tende piedade e compaixão de vossos servos!   R.

14 Saciai-nos de manhã com vosso amor,*
e exultaremos de alegria todo o dia!
17 Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!*
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.   R.

Segunda leitura 

- Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses 3,1-5.9-11)

Irmãos:
1 Se ressuscitastes com Cristo,
esforçai-vos por alcançar as coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus;
2 aspirai às coisas celestes
e não às coisas terrestres.
3 Pois vós morrestes,
e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus.
4 Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo,
então vós aparecereis também com ele,
revestidos de glória.
5 Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra:
imoralidade, impureza,
paixão, maus desejos
e a cobiça, que é idolatria.
9 Não mintais uns aos outros.
Já vos despojastes do homem velho
e da sua maneira de agir
10 e vos revestistes do homem novo,
que se renova segundo a imagem do seu Criador,
em ordem ao conhecimento.
11 Aí não se faz distinção entre grego e judeu,
circunciso e incircunciso,
inculto, selvagem, escravo e livre,
mas Cristo é tudo em todos.
- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Evangelho
— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (12,13-21)

R. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo:
13 Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: 'Mestre,
dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.'
14 Jesus respondeu:
'Homem, quem me encarregou de julgar
ou de dividir vossos bens?'
15 E disse-lhes:
'Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância,
porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas,
a vida de um homem não consiste na abundância de bens.'
16 E contou-lhes uma parábola:
'A terra de um homem rico deu uma grande colheita.
17 Ele pensava consigo mesmo:
'O que vou fazer?
Não tenho onde guardar minha colheita'.
18 Então resolveu: 'Já sei o que fazer!
Vou derrubar meus celeiros e construir maiores;
neles vou guardar todo o meu trigo,
junto com os meus bens.
19 Então poderei dizer a mim mesmo:
- Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos.
Descansa, come, bebe, aproveita!'
20 Mas Deus lhe disse: 'Louco!
Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida.
E para quem ficará o que tu acumulaste?'
21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo,
mas não é rico diante de Deus.'
—  Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.
Homilia
Eis Jesus confrontado com um assunto de herança. Mas declara-Se incompetente para julgar o caso, pois não é juiz, nem notário, nem advogado. Mas é uma boa ocasião para Ele, pois conhece bem o coração de Deus e o coração dos homens! Sabe que o coração do homem anda muitas vezes bem longe do coração de Deus, que o porta-moedas é parte sensível do homem, enquanto Deus não tem nada disso! Aproveita a ocasião para dar atenção ao sentido sobre as riquezas humanas. Jesus não é contra a riqueza, nem contra o progresso, nem contra o crescimento do nível de vida. Mas ser rico para si mesmo, é deixar-se aprisionar pelo dinheiro. A vida do homem não depende das suas riquezas. Hoje, o que diria Jesus aos grandes poderosos do mundo, “ricos de podre”, que não têm pejo em lançar para o desemprego milhares de pessoas sem saber qual o seu destino de vida? São pecados graves! Pode dizer-se que se trata de política. Mas trata-se primeiro do Evangelho! Cabe aos cristãos serem testemunhas pela própria vida, pelo próprio exemplo! E lutar contra este estado de coisas!
Fonte http://www.dehonianos.org/

O episódio narrado no evangelho de hoje só se encontra no Evangelho de Lucas e não tem paralelo nos outros evangelhos. Ele faz parte da longa descrição da viagem de Jesus, desde a Galileia até Jerusalém (Lc 9,51 a 19,28), na qual Lucas colocou a maior parte das informações que ele conseguiu coletar a respeito de Jesus e que não se encontram nos outros três evangelhos (cf. Lc 1,2-3). O evangelho de hoje traz a resposta de Jesus à pessoa que lhe pediu para ser mediador na repartição de uma herança.

O que está por trás do texto? Uma ideia do que está por trás do texto ajuda a entender a posição de Jesus. No tempo de Jesus havia duas propostas de sociedade ou dois modelos econômicos: o do campo e o da cidade. O do campo se fundamentava na partilha, através da solidariedade, da troca de produtos, etc. Isso impedia que os endividados caíssem na desgraça e que tivessem que emigrar para a cidade, tornando-se mendigos ou bandidos. O modelo econômico da cidade, ao contrário, é fundamentado na ganância, no acúmulo, na lei do mais forte. Isso naturalmente é fonte de exclusão e marginalidade. Isso gera mendicância, violência, roubo, etc. Sem dúvida o texto de hoje reflete uma situação do modelo econômico da cidade e não do campo, reflete a ganância e a exploração, não a partilha. Jesus toma posição em favor da partilha, não da cobiça, mas sem se colocar como árbitro entre os que possuem riquezas.

Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.” Ontem como hoje, a distribuição da herança entre os familiares sobreviventes é sempre uma questão delicada e, muitas vezes, ocasião de brigas e tensões sem fim. Naquele tempo, a herança tinha a ver também com a identidade das pessoas (1Rs 21,1-3) e com a sua sobrevivência (Nm 27,1-11; 36,1-12). O problema maior era a distribuição das terras entre os filhos do falecido pai. Sendo a família grande, havia o perigo de a herança se esfacelar em pequenos pedaços de terra que já não poderiam garantir a sobrevivência de todos. Por isso, para evitar o esfacelamento ou desintegração da herança e manter vivo o nome da família, o mais velho recebia o dobro dos outros filhos (Dt 21,17. cf. 2Rs 2,11).

Jesus respondeu: “Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?” Na resposta de Jesus transparece a consciência que ele tinha da sua missão. Jesus não se sente enviado por Deus para atender ao pedido de arbitrar entre os parentes que brigam entre si por causa da repartição da herança. Mas o pedido do homem despertou nele a missão de orientar as pessoas, pois “ele falou a todos: Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.” Fazia parte da sua missão esclarecer as pessoas a respeito do sentido da vida. O valor de uma vida não consiste em ter muitas coisas mas sim em ser rico para Deus (Lc 12,21). Pois, quando a ganância toma conta do coração, não há como repartir a herança com equidade e paz.

Em seguida, Jesus conta uma parábola para ajudar as pessoas a refletir sobre o sentido da vida: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. E o homem pensou: O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita.” O homem rico está totalmente fechado dentro da preocupação com os seus bens que aumentaram de repente por causa de uma colheita abundante. Ele só pensa em acumular para garantir uma vida despreocupada. Ele diz: “Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!”

“Mas Deus lhe disse: Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?” A morte é uma chave importante para redescobrir o sentido verdadeiro da vida. Ela relativiza tudo, pois mostra o que perece e o que permanece. Quem só busca o ter e esquece o ser perde tudo na hora da morte. Aqui transparece um pensamento muito frequente nos livros sapienciais: para que acumular bens nesta vida, se você não sabe para quem vão ficar os bens que você acumulou, nem sabe o que vai fazer o herdeiro com aquilo que você deixou para ele? (Ecl 2,12.18-19.21)

“Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.” Como tornar-se rico para Deus? Jesus deu várias sugestões e conselhos: quem quer ser o primeiro, seja o último; é melhor dar que receber (At 20,35); o maior é o menor; preserva vida quem perde a vida.

A posição de Jesus está clara na sua exortação e na parábola que contou. Jesus é contra qualquer cobiça, pois a cobiça não garante a vida de ninguém. A parábola é um monólogo de um homem rico, ganancioso e egoísta, cujo ideal de vida é apenas comer, beber e desfrutar. Este homem não pensa nos seus empregados, não pensa nos pobres; é profundamente ganancioso e egoísta. Jesus chama-o de insensato, e afirma sua morte naquela mesma noite. Isso significa que acumular bens não garante a vida. O importante é ser rico para Deus, através da justiça, da partilha e solidariedade para com o próximo, pois “quem se compadece do pobre empresta a Deus” (Pr 19,17; Eclo 29,8-13). Eclo 29,12 diz expressamente: “Dê esmola daquilo que você tem nos celeiros, e ela o livrará de qualquer desgraça.”

Pai, preserva-me do apego exagerado às riquezas, as quais me tornam insensível às necessidades do meu próximo. Que eu descubra na partilha um caminho de salvação.
Fonte Canção Nova
Deus os Abençoe! 
Paz e Bem.

in Corde Jesu, semper.