SEXTA-FEIRA
Santo do dia: São Berardo e companheiros mártires.
Cor litúrgica do dia: VERDE
Ano "C" - São Lucas.
2ª Semana do Tempo Comum.
Primeira leitura
- Leitura da Carta aos Hebreus (5,1-10)
1 Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens
e instituído em favor dos homens
nas coisas que se referem a Deus,
para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados.
2 Sabe ter compaixão
dos que estão na ignorância e no erro,
porque ele mesmo está cercado de fraqueza.
3 Por isso, deve oferecer sacrifícios
tanto pelos pecados do povo,
quanto pelos seus próprios.
4 Ninguém deve atribuir-se esta honra,
senão o que foi chamado por Deus, como Aarão.
5 Deste modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo
a honra de ser sumo sacerdote,
mas foi aquele que lhe disse:
'Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei'.
6 Como diz em outra passagem:
'Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedec.'
7 Cristo, nos dias de sua vida terrestre,
dirigiu preces e súplicas,
com forte clamor e lágrimas,
àquele que era capaz de salvá-lo da morte.
E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus.
8 Mesmo sendo Filho,
aprendeu o que significa a obediência a Deus
por aquilo que ele sofreu.
9 Mas, na consumação de sua vida,
tornou-se causa de salvação eterna
para todos os que lhe obedecem.
10 De fato, ele foi por Deus proclamado sumo sacerdote
na ordem de Melquisedec.
- Palavra do Senhor.
R. Graças a Deus
1 Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens
e instituído em favor dos homens
nas coisas que se referem a Deus,
para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados.
2 Sabe ter compaixão
dos que estão na ignorância e no erro,
porque ele mesmo está cercado de fraqueza.
3 Por isso, deve oferecer sacrifícios
tanto pelos pecados do povo,
quanto pelos seus próprios.
4 Ninguém deve atribuir-se esta honra,
senão o que foi chamado por Deus, como Aarão.
5 Deste modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo
a honra de ser sumo sacerdote,
mas foi aquele que lhe disse:
'Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei'.
6 Como diz em outra passagem:
'Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedec.'
7 Cristo, nos dias de sua vida terrestre,
dirigiu preces e súplicas,
com forte clamor e lágrimas,
àquele que era capaz de salvá-lo da morte.
E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus.
8 Mesmo sendo Filho,
aprendeu o que significa a obediência a Deus
por aquilo que ele sofreu.
9 Mas, na consumação de sua vida,
tornou-se causa de salvação eterna
para todos os que lhe obedecem.
10 De fato, ele foi por Deus proclamado sumo sacerdote
na ordem de Melquisedec.
- Palavra do Senhor.
R. Graças a Deus
Salmo Responsorial
(Sl 109,1-4 (R. 4bc))
R. Tu és eternamente sacerdote
segundo a ordem do rei Melquisedec!
1 Palavra do Senhor ao meu Senhor:*
'Assenta-te ao lado meu direito
até que eu ponha os inimigos teus*
como escabelo por debaixo de teus pés!' R.
2 O Senhor estenderá desde Sião
vosso cetro de poder, pois Ele diz:*
'Domina com vigor teus inimigos; R
3 tu és príncipe desde o dia em que nasceste;
na glória e esplendor da santidade,*
como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!' R.
4 Jurou o Senhor e manterá sua palavra:
'Tu és sacerdote eternamente,*
segundo a ordem do rei Melquisedec!' R.
(Sl 109,1-4 (R. 4bc))
R. Tu és eternamente sacerdote
segundo a ordem do rei Melquisedec!
1 Palavra do Senhor ao meu Senhor:*
'Assenta-te ao lado meu direito
até que eu ponha os inimigos teus*
como escabelo por debaixo de teus pés!' R.
2 O Senhor estenderá desde Sião
vosso cetro de poder, pois Ele diz:*
'Domina com vigor teus inimigos; R
3 tu és príncipe desde o dia em que nasceste;
na glória e esplendor da santidade,*
como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!' R.
4 Jurou o Senhor e manterá sua palavra:
'Tu és sacerdote eternamente,*
segundo a ordem do rei Melquisedec!' R.
'Assenta-te ao lado meu direito
até que eu ponha os inimigos teus*
como escabelo por debaixo de teus pés!' R.
2 O Senhor estenderá desde Sião
vosso cetro de poder, pois Ele diz:*
'Domina com vigor teus inimigos; R
3 tu és príncipe desde o dia em que nasceste;
na glória e esplendor da santidade,*
como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!' R.
4 Jurou o Senhor e manterá sua palavra:
'Tu és sacerdote eternamente,*
segundo a ordem do rei Melquisedec!' R.
Evangelho
— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos (2,18-22)
R. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo:
18 Os discípulos de João Batista e os fariseus
estavam jejuando.
Então, vieram dizer a Jesus:
'Por que os discípulos de João
e os discípulos dos fariseus jejuam,
e os teus discípulos não jejuam?'
19 Jesus respondeu:
'Os convidados de um casamento
poderiam, por acaso, fazer jejum,
enquanto o noivo está com eles?
Enquanto o noivo está com eles,
os convidados não podem jejuar.
20 Mas vai chegar o tempo
em que o noivo será tirado do meio deles;
aí, então, eles vão jejuar.
21 Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha;
porque o remendo novo repuxa o pano velho
e o rasgão fica maior ainda.
22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos;
porque o vinho novo arrebenta os odres velhos
e o vinho e os odres se perdem.
Por isso, vinho novo em odres novos'.
— Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.
Homilia
Em todas as épocas, as pessoas sempre valorizaram as práticas religiosas, e, entre essas práticas, o jejum. Na época de Jesus, não era diferente. Por isso, os fariseus procuram Jesus e o questionam sobre a prática do jejum por parte dele e dos seus discípulos. Jesus nos mostra que as práticas religiosas só têm sentido enquanto são manifestações do relacionamento que temos com Deus, e que o Novo Testamento apresenta essa grande novidade em relação ao Antigo. Assim, percebemos que Jesus veio nos trazer algo realmente novo, e não apenas colocar rótulos novos nas coisas velhas que já existiam antes da sua vinda ao mundo.
Fonte CNBB
- JESUS E O JEJUM Mc 2,18-22:
Nesta narrativa de Marcos, o destaque é a questão do jejum, uma das principais observâncias religiosas dos fariseus, que é mencionado seis vezes neste texto. Jesus, com seus discípulos, infringia esta prescrição legal, bem como a observância do sábado, conforme os evangelhos registram com freqüência. Em vez de aderir à tradicional doutrina da Lei que com seus preceitos oprimia e excluída o povo pobre e humilde, Jesus vem para libertá-los de todo jugo, civil ou religioso, e comunicar-lhes esperança, felicidade e vida.
O texto de hoje relata a terceira duma série de controvérsias com vários grupos judaicos, iniciada em Mc 2,1. Talvez surpreendentemente, a discussão de hoje se deu não somente com os fariseus, mas com os discípulos de João Batista. Marcos fala disso porque os discípulos de João formavam uma comunidade que sobreviveu à morte do Batista, sem dúvida até o segundo século da nossa era (cf. Jo 3,25). O motivo foi porque os discípulos de Jesus não davam grande importância ao jejum – uma prática que, ao lado da oração e da esmola era muita cara às tradições religiosas dos judeus. Alias, práticas também que continuavam – e continuam – a ter muito sentido para os cristãos de então, e de hoje, se bem com ênfases e expressões diferentes. O Sermão da Montanha, no sexto capítulo de Mateus (Mt 6,1-18), nos dá as orientações de Jesus sobre essas práticas, para evitar que caiam no formalismo e no vazio de serem somente práticas externas que não tocam no coração da pessoa humana. Atualmente na Sexta-feira Santa por exemplo, lotam-se os restaurantes de Curitiba para comer bacalhau caríssimo, uma vez que comer um bifezinho é proibido! E assim se cumpre a lei na letra mas não no espírito.
Mas no trecho de hoje, Jesus não se concentra sobre o jejum como tal, mas sobre o simbolismo de jejuar ou não no contexto das bodas, ou casamento. A imagem de banquete de casamento tinha conotações messiânicas e a referência a Jesus como o noivo tem esse sentido. Com a vinda de Jesus , chegou a hora do casamento, ou seja dum novo relacionamento entre Deus e as pessoas. Mas também neste texto, bem no meio das controvérsias, se faz uma alusão clara à Cruz, ao destino de Jesus, pois “vão chegar dias em que o noivo será tirado do meio deles. Nesse dia, eles vão jejuar”. A fidelidade à vontade do Pai, na pregação da novidade da chegada do Reino de Deus, levará inevitavelmente à morte, pois o velho sistema politico-religioso é incapaz de adaptar-se à grande novidade da Boa Noticia trazida por Jesus.
Por isso, Marcos termina o texto colocando duas frases sobre a relação entre o velho e o novo – o pano remendado e os barris de vinho. A Boa Noticia, com as suas conseqüências sociais e religiosas, é como um pano novo que não pode remendar roupas velhas, e como barril novo que preserva vinho novo. Para acolher Jesus e o seu projeto, é necessário acabar com estruturas arcaicas de dominação e de discriminação. Quem procurar salvaguardar esquemas antiquados e injustos não vai conseguir vivenciar a Boa Noticia. Jesus veio exigir mudança radical, tanto no nível individual como social. Não veio “remendar” mas trazer algo novo – um novo relacionamento entre as pessoas, com Deus, consigo mesmos e com a criação.
A presença de Jesus entre seus discípulos e no mundo é motivo de alegria. É o próprio Deus da vida e do amor presente entre nós, dispensando as práticas cultuais que são feitas em busca de um deus oculto e distante.
Com as sentenças sobre remendo novo em roupa velha e vinho novo em odres velhos fica afirmada a novidade do movimento de Jesus, que se diferencia fundamentalmente da antiga prática religiosa legalista.
O desafio continua hoje – como é tentadora “remendar”- somente fazer algumas mudanças que não atingem o cerne das estruturas de exploração, nem a sua raiz na nossa própria pecaminosidade. Por isso, a sociedade hegemônica, taxando-se muitas vezes de “cristã”, sempre procura cooptar o Evangelho e a Igreja, para que não tenha que mudar. Quando a cooptação e o suborno sutil não funcionam, parte para a perseguição – por isso Marcos desde já aponta para a Cruz. A sociedade moderna, com a sua grande arma nos Meios de Comunicação Social, continua essa cooptação, disseminando uma religião “água com açúcar” de “panos quentes”, dando espaço para movimentos religiosos intimistas e alienantes, enquanto cala a voz dos profetas, ignorando-os ou até matando-os, como o sangue dos mártires da América Latina muito bem testemunha. O Evangelho de hoje nos desafia para que façamos as mudanças radicais necessárias para acolher a Boa-Nova, para sermos contraculturais, com Jesus . “Vinho novo deve ser colocado em odres novos” que são os nossos corações.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/
Deus os Abençoe!
Paz e Bem.
Evangelho
— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos (2,18-22)
R. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo:
18 Os discípulos de João Batista e os fariseus
estavam jejuando.
Então, vieram dizer a Jesus:
'Por que os discípulos de João
e os discípulos dos fariseus jejuam,
e os teus discípulos não jejuam?'
19 Jesus respondeu:
'Os convidados de um casamento
poderiam, por acaso, fazer jejum,
enquanto o noivo está com eles?
Enquanto o noivo está com eles,
os convidados não podem jejuar.
20 Mas vai chegar o tempo
em que o noivo será tirado do meio deles;
aí, então, eles vão jejuar.
21 Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha;
porque o remendo novo repuxa o pano velho
e o rasgão fica maior ainda.
22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos;
porque o vinho novo arrebenta os odres velhos
e o vinho e os odres se perdem.
Por isso, vinho novo em odres novos'.
— Palavra da Salvação.
18 Os discípulos de João Batista e os fariseus
estavam jejuando.
Então, vieram dizer a Jesus:
'Por que os discípulos de João
e os discípulos dos fariseus jejuam,
e os teus discípulos não jejuam?'
19 Jesus respondeu:
'Os convidados de um casamento
poderiam, por acaso, fazer jejum,
enquanto o noivo está com eles?
Enquanto o noivo está com eles,
os convidados não podem jejuar.
20 Mas vai chegar o tempo
em que o noivo será tirado do meio deles;
aí, então, eles vão jejuar.
21 Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha;
porque o remendo novo repuxa o pano velho
e o rasgão fica maior ainda.
22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos;
porque o vinho novo arrebenta os odres velhos
e o vinho e os odres se perdem.
Por isso, vinho novo em odres novos'.
— Palavra da Salvação.
Em todas as épocas, as pessoas sempre valorizaram as práticas religiosas, e, entre essas práticas, o jejum. Na época de Jesus, não era diferente. Por isso, os fariseus procuram Jesus e o questionam sobre a prática do jejum por parte dele e dos seus discípulos. Jesus nos mostra que as práticas religiosas só têm sentido enquanto são manifestações do relacionamento que temos com Deus, e que o Novo Testamento apresenta essa grande novidade em relação ao Antigo. Assim, percebemos que Jesus veio nos trazer algo realmente novo, e não apenas colocar rótulos novos nas coisas velhas que já existiam antes da sua vinda ao mundo.
Fonte CNBB
- JESUS E O JEJUM Mc 2,18-22:
Nesta narrativa de Marcos, o destaque é a questão do jejum, uma das principais observâncias religiosas dos fariseus, que é mencionado seis vezes neste texto. Jesus, com seus discípulos, infringia esta prescrição legal, bem como a observância do sábado, conforme os evangelhos registram com freqüência. Em vez de aderir à tradicional doutrina da Lei que com seus preceitos oprimia e excluída o povo pobre e humilde, Jesus vem para libertá-los de todo jugo, civil ou religioso, e comunicar-lhes esperança, felicidade e vida.
O texto de hoje relata a terceira duma série de controvérsias com vários grupos judaicos, iniciada em Mc 2,1. Talvez surpreendentemente, a discussão de hoje se deu não somente com os fariseus, mas com os discípulos de João Batista. Marcos fala disso porque os discípulos de João formavam uma comunidade que sobreviveu à morte do Batista, sem dúvida até o segundo século da nossa era (cf. Jo 3,25). O motivo foi porque os discípulos de Jesus não davam grande importância ao jejum – uma prática que, ao lado da oração e da esmola era muita cara às tradições religiosas dos judeus. Alias, práticas também que continuavam – e continuam – a ter muito sentido para os cristãos de então, e de hoje, se bem com ênfases e expressões diferentes. O Sermão da Montanha, no sexto capítulo de Mateus (Mt 6,1-18), nos dá as orientações de Jesus sobre essas práticas, para evitar que caiam no formalismo e no vazio de serem somente práticas externas que não tocam no coração da pessoa humana. Atualmente na Sexta-feira Santa por exemplo, lotam-se os restaurantes de Curitiba para comer bacalhau caríssimo, uma vez que comer um bifezinho é proibido! E assim se cumpre a lei na letra mas não no espírito.
Mas no trecho de hoje, Jesus não se concentra sobre o jejum como tal, mas sobre o simbolismo de jejuar ou não no contexto das bodas, ou casamento. A imagem de banquete de casamento tinha conotações messiânicas e a referência a Jesus como o noivo tem esse sentido. Com a vinda de Jesus , chegou a hora do casamento, ou seja dum novo relacionamento entre Deus e as pessoas. Mas também neste texto, bem no meio das controvérsias, se faz uma alusão clara à Cruz, ao destino de Jesus, pois “vão chegar dias em que o noivo será tirado do meio deles. Nesse dia, eles vão jejuar”. A fidelidade à vontade do Pai, na pregação da novidade da chegada do Reino de Deus, levará inevitavelmente à morte, pois o velho sistema politico-religioso é incapaz de adaptar-se à grande novidade da Boa Noticia trazida por Jesus.
Por isso, Marcos termina o texto colocando duas frases sobre a relação entre o velho e o novo – o pano remendado e os barris de vinho. A Boa Noticia, com as suas conseqüências sociais e religiosas, é como um pano novo que não pode remendar roupas velhas, e como barril novo que preserva vinho novo. Para acolher Jesus e o seu projeto, é necessário acabar com estruturas arcaicas de dominação e de discriminação. Quem procurar salvaguardar esquemas antiquados e injustos não vai conseguir vivenciar a Boa Noticia. Jesus veio exigir mudança radical, tanto no nível individual como social. Não veio “remendar” mas trazer algo novo – um novo relacionamento entre as pessoas, com Deus, consigo mesmos e com a criação.
A presença de Jesus entre seus discípulos e no mundo é motivo de alegria. É o próprio Deus da vida e do amor presente entre nós, dispensando as práticas cultuais que são feitas em busca de um deus oculto e distante.
Com as sentenças sobre remendo novo em roupa velha e vinho novo em odres velhos fica afirmada a novidade do movimento de Jesus, que se diferencia fundamentalmente da antiga prática religiosa legalista.
O desafio continua hoje – como é tentadora “remendar”- somente fazer algumas mudanças que não atingem o cerne das estruturas de exploração, nem a sua raiz na nossa própria pecaminosidade. Por isso, a sociedade hegemônica, taxando-se muitas vezes de “cristã”, sempre procura cooptar o Evangelho e a Igreja, para que não tenha que mudar. Quando a cooptação e o suborno sutil não funcionam, parte para a perseguição – por isso Marcos desde já aponta para a Cruz. A sociedade moderna, com a sua grande arma nos Meios de Comunicação Social, continua essa cooptação, disseminando uma religião “água com açúcar” de “panos quentes”, dando espaço para movimentos religiosos intimistas e alienantes, enquanto cala a voz dos profetas, ignorando-os ou até matando-os, como o sangue dos mártires da América Latina muito bem testemunha. O Evangelho de hoje nos desafia para que façamos as mudanças radicais necessárias para acolher a Boa-Nova, para sermos contraculturais, com Jesus . “Vinho novo deve ser colocado em odres novos” que são os nossos corações.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/
Fonte CNBB
- JESUS E O JEJUM Mc 2,18-22:
Nesta narrativa de Marcos, o destaque é a questão do jejum, uma das principais observâncias religiosas dos fariseus, que é mencionado seis vezes neste texto. Jesus, com seus discípulos, infringia esta prescrição legal, bem como a observância do sábado, conforme os evangelhos registram com freqüência. Em vez de aderir à tradicional doutrina da Lei que com seus preceitos oprimia e excluída o povo pobre e humilde, Jesus vem para libertá-los de todo jugo, civil ou religioso, e comunicar-lhes esperança, felicidade e vida.
O texto de hoje relata a terceira duma série de controvérsias com vários grupos judaicos, iniciada em Mc 2,1. Talvez surpreendentemente, a discussão de hoje se deu não somente com os fariseus, mas com os discípulos de João Batista. Marcos fala disso porque os discípulos de João formavam uma comunidade que sobreviveu à morte do Batista, sem dúvida até o segundo século da nossa era (cf. Jo 3,25). O motivo foi porque os discípulos de Jesus não davam grande importância ao jejum – uma prática que, ao lado da oração e da esmola era muita cara às tradições religiosas dos judeus. Alias, práticas também que continuavam – e continuam – a ter muito sentido para os cristãos de então, e de hoje, se bem com ênfases e expressões diferentes. O Sermão da Montanha, no sexto capítulo de Mateus (Mt 6,1-18), nos dá as orientações de Jesus sobre essas práticas, para evitar que caiam no formalismo e no vazio de serem somente práticas externas que não tocam no coração da pessoa humana. Atualmente na Sexta-feira Santa por exemplo, lotam-se os restaurantes de Curitiba para comer bacalhau caríssimo, uma vez que comer um bifezinho é proibido! E assim se cumpre a lei na letra mas não no espírito.
Mas no trecho de hoje, Jesus não se concentra sobre o jejum como tal, mas sobre o simbolismo de jejuar ou não no contexto das bodas, ou casamento. A imagem de banquete de casamento tinha conotações messiânicas e a referência a Jesus como o noivo tem esse sentido. Com a vinda de Jesus , chegou a hora do casamento, ou seja dum novo relacionamento entre Deus e as pessoas. Mas também neste texto, bem no meio das controvérsias, se faz uma alusão clara à Cruz, ao destino de Jesus, pois “vão chegar dias em que o noivo será tirado do meio deles. Nesse dia, eles vão jejuar”. A fidelidade à vontade do Pai, na pregação da novidade da chegada do Reino de Deus, levará inevitavelmente à morte, pois o velho sistema politico-religioso é incapaz de adaptar-se à grande novidade da Boa Noticia trazida por Jesus.
Por isso, Marcos termina o texto colocando duas frases sobre a relação entre o velho e o novo – o pano remendado e os barris de vinho. A Boa Noticia, com as suas conseqüências sociais e religiosas, é como um pano novo que não pode remendar roupas velhas, e como barril novo que preserva vinho novo. Para acolher Jesus e o seu projeto, é necessário acabar com estruturas arcaicas de dominação e de discriminação. Quem procurar salvaguardar esquemas antiquados e injustos não vai conseguir vivenciar a Boa Noticia. Jesus veio exigir mudança radical, tanto no nível individual como social. Não veio “remendar” mas trazer algo novo – um novo relacionamento entre as pessoas, com Deus, consigo mesmos e com a criação.
A presença de Jesus entre seus discípulos e no mundo é motivo de alegria. É o próprio Deus da vida e do amor presente entre nós, dispensando as práticas cultuais que são feitas em busca de um deus oculto e distante.
Com as sentenças sobre remendo novo em roupa velha e vinho novo em odres velhos fica afirmada a novidade do movimento de Jesus, que se diferencia fundamentalmente da antiga prática religiosa legalista.
O desafio continua hoje – como é tentadora “remendar”- somente fazer algumas mudanças que não atingem o cerne das estruturas de exploração, nem a sua raiz na nossa própria pecaminosidade. Por isso, a sociedade hegemônica, taxando-se muitas vezes de “cristã”, sempre procura cooptar o Evangelho e a Igreja, para que não tenha que mudar. Quando a cooptação e o suborno sutil não funcionam, parte para a perseguição – por isso Marcos desde já aponta para a Cruz. A sociedade moderna, com a sua grande arma nos Meios de Comunicação Social, continua essa cooptação, disseminando uma religião “água com açúcar” de “panos quentes”, dando espaço para movimentos religiosos intimistas e alienantes, enquanto cala a voz dos profetas, ignorando-os ou até matando-os, como o sangue dos mártires da América Latina muito bem testemunha. O Evangelho de hoje nos desafia para que façamos as mudanças radicais necessárias para acolher a Boa-Nova, para sermos contraculturais, com Jesus . “Vinho novo deve ser colocado em odres novos” que são os nossos corações.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/
Deus os Abençoe!
- in Corde Jesu, semper.
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