sábado, 30 de abril de 2016

SÃO JOSÉ OPERÁRIO

Revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de Suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados

A Igreja, providencialmente, nesta data civil marcada, muitas vezes, por conflitos e revoltas sociais, cristianizou esta festa, isso na presença de mais de 200 mil pessoas na Praça de São Pedro, as quais gritavam alegremente: “Viva Cristo trabalhador, vivam os trabalhadores, viva o Papa!” O Papa, em 1955, deu aos trabalhadores um protetor e modelo: São José, o operário de Nazaré.
O santíssimo São José, protetor da Igreja Universal, assumiu este compromisso de não deixar que nenhum trabalhador de fé – do campo, indústria, autônomo ou não, mulher ou homem – esqueça-se de que ao seu lado estão Jesus e Maria. A Igreja, nesta festa do trabalho, autorizada pelo Papa Pio XII, deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera, dá a luz e faz crescer obras produzidas pelo homem: “Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres.”
São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de Suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados: “Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa… O Senhor é Cristo” (Col 3,23-24).
De fato, São José e o trabalhador harmonizam-se perfeitamente. Mesmo sendo Príncipe da Casa de Davi, São José era operário; e assim também, numa sociedade cristã, devem conviver pessoas de classes sociais distintas, todas colaborando entre si na prática das virtudes cristãs da justiça e da caridade.
1º de Maio é o Dia do Trabalhador e festa de São José Operário. São José, esposo de Maria, era carpinteiro.
Ao propô-lo como modelo e protetor dos operários, a Igreja quer que todos reconheçam a dignidade do trabalho e que o trabalhador seja respeitado enquanto pessoa humana e colaborador de Deus na obra da criação: Por Cristo, único Mediador, participa a humanidade da vida trinitária.
Cristo hoje, sobretudo por sua atividade pascal, nos leva a participar do mistério de Deus.
Oração de São José Operário: São José, carpinteiro de Nazaré, amigo dos pobres e fiel esposo de Maria, pedi por todos os que se empenham no trabalho espiritual, intelectual e manual. Intercedei junto a Jesus por todas as necessidades dos trabalhadores e pelos nossos governantes. Alcançai-nos, também, a graça de que tanto necessitamos (fazer o pedido). Que tenhamos a graça de imitar as vossas virtudes para chegarmos, um dia, à vivência da plenitude em Deus. Amém! São José, rogai por nós!
São José Operário, rogai por nós!

LITURGIA DO DIA 01/05/2016 - "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou"

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DOMINGO - 01/05/2016

Ano: C

Santo do dia: São José Operário

Cor litúrgica do dia: BRANCO

Anos Pares

6º Domingo da Páscoa


Primeira leitura  



Leitura dos Atos dos Apóstolos (At 15,1-2.22-29)

Naqueles dias:
1 Chegaram alguns da Judéia
e ensinavam aos irmãos de Antioquia, dizendo:
'Vós não podereis salvar-vos,
se não fordes circuncidados,
como ordena a Lei de Moisés.'
2 Isto provocou muita confusão, e houve
uma grande discussão de Paulo e Barnabé com eles.
Finalmente, decidiram que Paulo, Barnabé
e alguns outros fossem a Jerusalém,
para tratar dessa questão
com os apóstolos e os anciãos.
22 Então os apóstolos e os anciãos,
de acordo com toda a comunidade de Jerusalém,
resolveram escolher alguns da comunidade
para mandá-los a Antioquia, com Paulo e Barnabé.
Escolheram Judas, chamado Bársabas, e Silas,
que eram muito respeitados pelos irmãos.
23 Através deles enviaram a seguinte carta:
'Nós, os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos,
saudamos os irmãos vindos do paganismo
e que estão em Antioquia
e nas regiões da Síria e da Cilícia.
24 Ficamos sabendo que alguns dos nossos
causaram perturbações com palavras
que transtornaram vosso espírito.
Eles não foram enviados por nós.
25 Então decidimos, de comum acordo,
escolher alguns representantes
e mandá-los até vós,
junto com nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo,
26 homens que arriscaram suas vidas
pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
27 Por isso, estamos enviando Judas e Silas,
que pessoalmente vos transmitirão a mesma mensagem.
28 Porque decidimos, o Espírito Santo e nós,
não vos impor nenhum fardo,
além destas coisas indispensáveis:
29 abster-se de carnes sacrificadas aos ídolos,
do sangue, das carnes de animais sufocados
e das uniões ilegítimas.
Vós fareis bem se evitardes essas coisas.

Saudações!'
- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Salmo Responsorial  
(Sl 66,2-3.5.6.8 (R. 4))


R. Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,
que todas as nações vos glorifiquem!

2 Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção,*
e sua face resplandeça sobre nós!
3 Que na terra se conheça o seu caminho*
e a sua salvação por entre os povos.   R.

5 Exulte de alegria a terra inteira,*
pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão,*
e guiais, em toda a terra, as nações.   R.

6 Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,*
que todas as nações vos glorifiquem!
8 Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe,*
e o respeitem os confins de toda a terra!   R.



Segunda leitura  

Leitura do Livro do Apocalipse de São João (21,10-14.22-23)

10 Um anjo me levou em espírito
a uma montanha grande e alta.
Mostrou-me a cidade santa, Jerusalém,
descendo do céu, de junto de Deus,
11 brilhando com a glória de Deus.
Seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima,
como o brilho de jaspe cristalino.
12 Estava cercada por uma muralha maciça e alta,
com doze portas.
Sobre as portas estavam doze anjos,
e nas portas estavam escritos os nomes
das doze tribos de Israel.
13 Havia três portas do lado do oriente,
três portas do lado norte,
três portas do lado sul
e três portas do lado do ocidente.
14 A muralha da cidade tinha doze alicerces,
e sobre eles estavam escritos
os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
22 Não vi templo na cidade,
pois o seu Templo é o próprio Senhor,
o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro.
23 A cidade não precisa de sol,
nem de lua que a iluminem,
pois a glória de Deus é a sua luz
e a sua lâmpada é o Cordeiro.

- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Evangelho

— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João (14,23-29).

R. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
23 'Se alguém me ama,
guardará a minha palavra,
e o meu Pai o amará,
e nós viremos e faremos nele a nossa morada.
24 Quem não me ama,
não guarda a minha palavra.
E a palavra que escutais não é minha,
mas do Pai que me enviou.
25 Isso é o que vos disse enquanto estava convosco.
26 Mas o Defensor, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome,
ele vos ensinará tudo
e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
27 Deixo-vos a paz,
a minha paz vos dou;
mas não a dou como o mundo.
Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
28 Ouvistes que eu vos disse:
'Vou, mas voltarei a vós`.
Se me amásseis,
ficaríeis alegres porque vou para o Pai,
pois o Pai é maior do que eu.
29 Disse-vos isto, agora,
antes que aconteça,
para que, quando acontecer,
vós acrediteis.
—  Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.
Homilia
Estamos no último domingo antes da Ascensão, que encerra a presença humana de Cristo na terra.A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.

O Evangelho (Jo 14, 23-29) apresenta o final do discurso da despedida. Cristo promete aos seus discípulos enviar o Espírito Santo: “Ele vos ensinará e recordará tudo o que vos tenho dito.”

O Senhor prometera aos seus discípulos que, passado um pouco de tempo, estaria com eles para sempre. “Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, tornareis a ver-me…” (Jo 14,19-20). O Senhor cumpriu a sua promessa nos dias em que permaneceu junto dos seus após a Ressurreição, mas essa presença não terminará quando subir com o seu Corpo glorioso ao Pai, pois pela sua Paixão e Morte nos preparou um lugar na casa do Pai, “onde há muitas moradas. Voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14,2-3).

Os Apóstolos, que se tinham entristecido com a predição das negações de Pedro, são confortados com a esperança do Céu. A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia.

Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos.

O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos a virtude da esperança, que está unida à fé e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será necessária. Ensinou São Josemaria Escrivá: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (Caminho, nº 139). Devemos fomentá-la nos momentos em que a dor e a tribulação se tornarem mais fortes, quando nos custar ser fiéis ou perseverar no trabalho ou no apostolado. O prêmio é muito grande! Está no dobrar da esquina, dentro de não muito tempo.

A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( S. Cirilo de Jerusalém). O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados nos ajudará a estar mais vigilantes nas nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai.

O pensamento do Céu, agora que estamos próximos da festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular-nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam.

Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor (Jo 14, 16-17), de um intercessor, que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara” (Cristo que passa, nº 128). Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.
Mons. José Maria Pereira
Fonte Presbíteros
Deus os Abençoe, 
Paz e Bem.

in Corde Jesu, semper. 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

LITURGIA DO DIA 30/04/2016 - "a Palavra de Deus. Ela é eficaz e penetrante, pois chega ao mais fundo do espírito humano"

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SÁBADO - 30/04/2016

Ano: C

Santo do dia: São José Benedito Cottolengo

Cor litúrgica do dia: BRANCO

Anos Pares

Quinta Semana da Páscoa 


Primeira leitura  


Leitura dos Atos dos Apóstolos (16,1-10)

Naqueles dias:
1 Paulo foi para Derbe e Listra.
Havia em Listra um discípulo chamado Timóteo,
filho de uma judia, crente, e de pai grego.
2 Os irmãos de Listra e Icônio
davam bom testemunho de Timóteo.
3 Paulo quis então que Timóteo partisse com ele.
Tomou-o consigo e circuncidou-o,
por causa dos judeus que se encontravam nessas regiões,
pois todos sabiam que o pai de Timóteo era grego.
4 Percorrendo as cidades,
Paulo e Timóteo transmitiam as decisões
que os apóstolos e anciãos de Jerusalém haviam tomado.
E recomendavam que fossem observadas.
5 As igrejas fortaleciam-se na fé
e, de dia para dia, cresciam em número.
6 Paulo e Timóteo atravessaram a Frígia
e a região da Galácia,
pois o Espírito Santo os proibira
de pregar a Palavra de Deus na Ásia.
7 Chegando perto da Mísia,
eles tentaram entrar na Bitínia,
mas o Espírito de Jesus os impediu.
8 Então atravessaram a Mísia
e desceram para Trôade.
9 Durante a noite, Paulo teve uma visão:
na sua frente, estava de pé
um macedônio que lhe suplicava:
'Vem à Macedônia e ajuda-nos!'
10 Depois dessa visão,
procuramos partir imediatamente para a Macedônia,
pois estávamos convencidos
de que Deus acabava de nos chamar
para pregar-lhes o Evangelho.

- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Salmo Responsorial  
(Sl 99, 2. 3. 5 (R. 2a))

R. Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos.

2 Aclamai o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria,*
ide a ele cantando jubilosos!   R.

3 Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, 
Ele mesmo nos fez, e somos seus,*
nós somos seu povo e seu rebanho.   R.

5 Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,*
seu amor é fiel eternamente!   R.
Evangelho

— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João (15,18-21)

R. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
18 Se o mundo vos odeia,
sabei que primeiro me odiou a mim.
19 Se fôsseis do mundo,
o mundo gostaria daquilo que lhe pertence.
Mas, porque não sois do mundo,
porque eu vos escolhi e apartei do mundo,
o mundo por isso vos odeia.
20 Lembrai-vos daquilo que eu vos disse:
'O servo não é maior que seu senhor'.
Se me perseguiram a mim, 
também perseguirão a vós.
Se guardaram a minha palavra,
também guardarão a vossa.
21 Tudo isto eles farão contra vós por causa do meu nome,
porque não conhecem aquele que me enviou.
—  Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.
Homilia
Todas as pessoas vivem segundo uma hierarquia de valores que norteiam a sua existência. Esta hierarquia de valores é determinada pelas experiências da vida, pela educação recebida, pela cultura em geral e pelos conhecimentos adquiridos. Quando uma pessoa é de fato alguém de fé, a fé passa a ser o elemento fundamental da sua hierarquia de valores, toda a sua vida é direcionada para ela e todos os esforços são no sentido de defender e assumir esses valores. Mas quem vive segundo a hierarquia de valores proposta pelo mundo, defende com todas as suas forças os valores do mundo e combate os valores da fé, odiando quem é de Jesus.
Fonte CNBB

O Evangelho de São João realça a importância fundamental da união a Cristo, a fim da missão ser fecunda: O segredo da coragem e eficácia da missão do Apóstolo está na sua confiança inabalável na Palavra no Espírito Santo que o anima e capacita.

O evangelizador não pode ignorar que terá de enfrentar muitas dificuldades e oposições.

São Paulo fala-nos dos muitos sofrimentos que teve de passar para anunciar o Evangelho: Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, a fim de que se veja que o nosso poder extraordinário é de Deus e não nosso. Em tudo somos atribulados, mas não esmagados. Somos confundidos, mas não desesperados. Somos perseguidos, mas não abandonados. Somos abatidos, mas não aniquilados (2 Cor 4, 8-9; cf. 11, 22-29).

Os discípulos de Jesus terão de enfrentar o ódio do mundo, tal como Ele o enfrentou. Esse ódio caracteriza o mundo, tal como o amor caracteriza a comunidade cristã. Os discípulos serão perseguidos pelo mundo, porque ele não suporta aqueles que se opõem aos seus princípios. Os que optaram por Cristo são considerados estranhos e inimigos pelo mundo. A sua vida é uma acusação permanente às obras perversas do mundo. É por isso que o homem de fé é odiado. O ódio do mundo manifesta-se na perseguição contra a comunidade dos discípulos de Cristo. Mas estes não devem desanimar na sua vida de fé e no cumprimento da missão de evangelizar. A perseguição e o sofrimento hão-de ser vividos em união com o Senhor. A sorte dos discípulos é idêntica à de Cristo: Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós.

O discípulo de Cristo sabe que, ao realizar a sua missão, encontra a resistência do mundo. O evangelizador sabe que apesar de estar no mundo ele não é do mundo, pois os seus critérios não são os do mundo, mas os do Evangelho. Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, me odiou a mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu. Mas, vós não vindes do mundo, pois fui eu que vos escolhi do meio do mundo… Como vemos Jesus, ao mesmo tempo em que prepara os discípulos para enfrentarem perseguições, dá-lhes a garantia de que sua missão será eficaz.

As perseguições dos discípulos são as confirmações de que fazem parte dos discípulos de Jesus: Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa.

Segundo Paulo, como cristãos devemos nos manter firmes, tendo os rins cingidos com a verdade e a couraça da justiça vestida. É interessante ver como Paulo faz de nós valorosos guerreiros. A tua, e minha espada ou facão que devemos trazer na mão é a Palavra de Deus. Ela é eficaz e penetrante, pois chega ao mais fundo do espírito humano.

O evangelho lembra-nos que o servo não é mais que o seu senhor. Não deves ficar assustado ou preocupado se ao teu lado, verificares indiferença e hostilidade. É sinal de que estás fiel a Cristo perseguido e à sua palavra de cruz. Não deves entrar em crise se muitos não pensam como tu, se te atacam por todos os meios antigos e modernos. A fé é sempre algo fora de moda. Por isso, há-de ser procurada e vivida na oblatividade, que consiste no apelo à cruz, ao sacrifício, a saber, amar, à justiça paga com a própria pele.

Portanto, fortalecidos pela presença de Cristo, e dóceis ao seu Espírito, devemos empenhar-nos, como discípulos de Cristo, em denunciar o pecado, em trabalhar para que o mundo dos homens, o nosso mundo atual, com as suas forças, os seus dramas, se abra ao Reino de Deus.

Busquemos as forças na Palavra de Deus e no Espírito Santo, pois eles são as forças que nos capacitam para desfazer as distorções dos corações retorcidos pelas mentiras do homem velho, ou seja, do pai da mentira.
Fonte Canção Nova
Deus os Abençoe, 
Paz e Bem.

in Corde Jesu, semper. 

SANTA CATARINA DE SENA - Doutora e Mística da Igreja.

Nascida no ano de 1347, na Itália, Catarina foi criada em uma família numerosa, com seus 25 irmãos, em meio a uma educação católica. A graça e eleição de Deus sob esta Santa já começariam cedo. Aos 7 anos de idade, ela consagrou sua virgindade a Cristo. Aos 16 anos, entrou na Ordem Terceira Dominicana. Apesar da sua grande simplicidade e recolhimento na sua vida de oração, ela foi sempre aberta ao serviço caritativo por conta da realidade da sua época. Em uma Europa marcada por guerras e disputas entre reinos, no século XIV, surge Santa Catarina. O Papa Bento XVI, em catequese sobre esta Santa, nos diz:

“Quando a fama de sua santidade espalhou-se, foi protagonista de uma intensa atividade de aconselhamento espiritual na relação com todas as categorias de pessoas: nobres e políticos, artistas e gente do povo, pessoas consagradas, eclesiásticos, incluindo o Papa Gregório XI que, naquele período, residia em Avignon e ao qual Catarina exortou enérgica e eficazmente que retornasse para Roma. Viajou muito para solicitar a reforma interior da Igreja e promover a paz entre os Estados: também por esse motivo, o Venerável João Paulo II desejou declará-la copadroeira da Europa: o Velho Continente nunca poderá esquecer as raízes cristãs que formam a base de seu caminho e continua a desenhar, a partir do Evangelho, os valores fundamentais que asseguram a justiça e a harmonia.”

Dentro da espiritualidade de Santa Catarina podemos destacar três pontos: intimidade com Deus, piedade e arrependimento e a Divina Providência. Em cada um deles, Catarina deixa-nos uma lição.

A intimidade com Deus

Na sua obra “O Diálogo”, Santa Catarina preocupa-se com a busca do conhecimento da Verdade e do sumo Bem, que é Deus. É importante lembrar que esta obra de Santa Catarina, na verdade, foi organizada pelo Beato Raimundo de Cápua, e ditada por ela, a alguns ajudantes, que registravam as experiências místicas que a Santa tinha com Deus, ora reveladas por Deus Pai, ora por Deus Filho. Em uma das locuções, Jesus nos ensina que o passo inicial e fundamental para a busca da Verdade é o autoconhecimento: “O Caminho para atingir o conhecimento verdadeiro e a experiência do meu ser – Vida eterna que eu sou – é este: nunca abandones o autoconhecimento! Ao desceres para o vale da humildade, reconhecer-me-ás em ti, e de tal conhecimento receberás tudo aquilo de que necessitas.” Diante de tal conhecimento, o homem depara-se com o nada que é, e reconhece que o seu egoísmo é a fonte de todo o seu pecado. Por isso, há uma importância em reparar os nossos pecados.

Para chegarmos à perfeição, existe o que a Santa chama de “degraus do amor”, que são três: amor servil, amor interesseiro e, por último, amor amizade. O amor amizade reflete o mais sublime estado que o nosso relacionamento com Deus pode chegar. O Senhor revela a Santa Catarina o que significa este amor amizade: “A amizade íntima consiste nisto: que são dois corpos, mas uma só alma no amor, pois o amor transforma (o amante) na coisa amada. E quando (os amigos) se tornam uma só alma, entre eles já não haverá segredo. Por isso dizia meu Filho: ‘Viverei e moraremos juntos.’”

Portanto, no amor amizade, aquele que alcança esse estado de graça, tem uma grande semelhança com os sentimentos de Cristo. Deseja estar constantemente em comunhão e escuta com o Pai: “Filha querida, convence-te de que na oração contínua, fiel e perseverante que todas as virtudes são adquiridas.” Ou ainda, fazendo um paralelo entre a vida de oração e o autoconhecimento: “Como é agradável ao orante e a mim a prece feita na cela do autoconhecimento.”

Ademais, o Papa Bento XVI faz-nos lembrar do místico e profundo relacionamento que Santa Catarina tinha com Jesus: “Em uma visão que jamais se apagou do coração e da mente de Catarina, Nosso Senhor apresentou-a a Jesus, que lhe deu um esplêndido anel de ouro, dizendo: ‘Eu, teu Criador e Salvador, esposo-te na fé, que conservarás sempre pura, até quando vieres celebrar comigo no céu as tuas núpcias eternas’ (Raimundo de Cápua, S. Caterina da Siena, Legenda maior, n. 115, Siena, 1998). Aquele anel foi visível somente para ela.”

Vale fazer a ressalva que, para Santa Catarina, a graça de deparar-se de forma humilde com os nossos pecados só é eficaz se estivermos com o olhar na paixão de Cristo, pois o erro ocorreria se formos falseados por nossos sentimentos de autocondenação: “Se não forem acompanhados pelo pensamento da paixão, o autoconhecimento e a reflexão sobre os próprios pecados, confundem a alma.” Esta Santa também soube equilibrar o seu autoconhecimento a ponto de vivenciar tão grande humildade que, por muitas, vezes saiu o demônio vergonhosamente humilhado diante da vida virtuosa de Santa Catarina. “Maldita sejas tu, pois de nenhum modo consigo vencer-te! Se te rebaixo ao desespero, tu te elevas à misericórdia; se te engrandeço de vaidade, tu te rebaixas até o inferno pela humildade e aí me persegues. Não voltarei mais; tu combates com a lança da caridade” [8], disse a ela o demônio.

Dom das Lágrimas

Percebemos o quanto estava aflorado no íntimo de Santa Catarina a busca constante e intensa do autoconhecimento, e isto era fruto da sua contínua e profunda vida de oração, já que quando nos aproximamos de Deus, conhecemos a Ele e a nós mesmos. Ora, o amor sincero leva-nos a uma reta postura diante de Deus e também dos homens. Ao deparar-nos com a nossa fraqueza e miséria, numa graça particular de arrependimento de coração, chegamos ao choro. As lágrimas, então, são os frutos externos de algo que acontece de forma intensa e verdadeira no nosso interior, que é o desejo de mudança de vida.

Existem cinco tipos de lágrimas que se diferenciam pelo estado em que a pessoa se encontra. No primeiro, ocorrem as lágrimas por estarmos em estado mortal. No segundo, compreendemos os males dos nossos pecados e há uma busca de conversão. No terceiro tipo,  há uma superação do temor servil e, em seguida, atingimos o amor e a esperança. O quarto tipo de lágrimas refere-se à prática das virtudes. Já no quinto, o Senhor fala a Santa Catarina das lágrimas de fogo do Espírito Santo: “Existe alguma lágrima que não saia dos olhos? Sim, existe um pranto de fogo, procedente do desejo santo e que faz consumar-se no amor por mim. (…) Ao que parece, foi quanto pretendia afirmar o glorioso apóstolo Paulo, ao dizer que o Espírito Santo chora em mim ‘com gemidos inenarráveis’ (Rm 8, 26), a vosso favor.”

Por isso, não se pode queixar-se quem, por conta de seu tempo de caminhada com Deus, não tem o dom das lágrimas simplesmente porque não derrama as lágrimas que deseja. A Deus não interessa se nós derramamos lágrimas externas ou lágrimas do espírito: “Em todo estado de vida e ocasião, tais pessoas podem agradar-me. A menos que seu espírito se afaste de mim por falta de fé e de amor.”

Providência Divina

Para Santa Catarina, o amor a Deus e o desejo de conversão e santidade não ficavam parados apenas em um olhar em si mesma, mas ela tinha um olhar voltado para a humanidade, para o padecimento do homem diante da vida de pecado e engano. Santa Catarina olha para Deus, criador e redentor, e o vê à frente da história do homem. Não que Ele seja causador ou indiferente aos males do homem, mas ela vê Deus que intervém na história. A isto chamamos de Providência Divina.

Pela Providência Divina, foi criado o homem. Este, no mau uso de sua liberdade, desobedece a Deus e peca, e todos os homens herdam, a partir do pecado original, a concupiscência e a culpa. O que restaria à humanidade? A separação eterna do homem de Deus. Mas Deus intervém, providenciando a Encarnação, vida, paixão e morte de Cruz do seu Filho, para que, em sua obediência, Ele salve e repare o pecado de toda a humanidade.

Santa Catarina relaciona a Providência Divina como a verdadeira esperança do homem, como ensina Deus Pai: “Também dei à humanidade o conforto de uma esperança. Ao dar valor ao preço do sangue com que foi remido, o homem sente uma firme esperança e grande certeza de salvação. Se é verdade que sempre me ofende com todos os sentidos, também foi com o corpo inteiro que meu Filho tolerou grandíssimos tormentos. Por sua obediência, ele cancelou vossa desobediência. Ainda mais: de sua obediência recebestes a graça, da mesma forma como da desobediência de Adão havíeis herdado a culpa.”

Por último, é importante ressaltar a relação entre a experiência pessoal e o amor e a providência de Deus. “A esperança humana é mais ou menos perfeita conforme o amor da pessoa; será igualmente nessa medida que cada um terá a experiência da minha providência. Aqueles que me servem e só em mim confiam, experimentá-la-ão mais profundamente do que as almas cuja esperança se fundamenta em interesses e compensações.”
Adiantou-se séculos aos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente. Deixou-nos o Diálogo sobre a Divina Providência, uma exposição clara de suas idéias teológicas e de sua mística, o que coloca Santa Catarina de Sena entre os Doutores da Igreja.
De sua cela ditou o Diálogo sobre a Divina providência, para render o seu último canto de amor. Morreu em 29 de abril de 1380 e canonizada em 29 de abril de 1461.
Oração da Santa Catarina de Sena: Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de Santa Catarina de Sena, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
http://www.comshalom.org/
Devoção: Ao combate às heresias
Padroeiro: Da Itália, assim como São Francisco de Assis

Santa Catarina de Sena, rogai por nós!