quinta-feira, 14 de abril de 2016

LITURGIA DO DIA 15/04/2016 - «Como é que ele pode dar a sua carne a comer?»

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SEXTA-FEIRA - 15/04/2016

Ano: C

Santo do dia: Santa Anastácia e Santa Basilissa

Cor litúrgica do dia: BRANCO

Anos Pares

Terceira Semana da Páscoa


Primeira leitura  


Leitura dos Atos dos Apóstolos (At 9,1-20)

Naqueles dias:
1 Saulo só respirava ameaças e morte
contra os discípulos do Senhor.
Ele apresentou-se ao Sumo sacerdote
2 e pediu-lhe cartas de recomendação
para as sinagogas de Damasco,
a fim de levar presos para Jerusalém
os homens e mulheres
que encontrasse seguindo o Caminho.
3 Durante a viagem, quando já estava perto de Damasco,
Saulo, de repente,
viu-se cercado por uma luz que vinha do céu.
4 Caindo por terra, ele ouviu uma voz que lhe dizia:
'Saulo, Saulo, por que me persegues?'
5 Saulo perguntou: 'Quem és tu, Senhor?'
A voz respondeu:
'Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo.
6 Agora, levanta-te, entra na cidade,
e ali te será dito o que deves fazer.'
7 Os homens que acompanhavam Saulo
ficaram mudos de espanto,
porque ouviam a voz, mas não viam ninguém.
8 Saulo levantou-se do chão
e abriu os olhos, mas não conseguia ver nada.
Então pegaram nele pela mão e levaram-no para Damasco.
9 Saulo ficou três dias sem poder ver.
E não comeu nem bebeu.
10 Em Damasco, havia um discípulo chamado Ananias.
O Senhor o chamou numa visão: 'Ananias!'
E Ananias respondeu: 'Aqui estou, Senhor!'
11 O Senhor lhe disse:
'Levanta-te, vai à rua que se chama Direita
e procura, na casa de Judas,
por um homem de Tarso chamado Saulo.
Ele está rezando.'
12 E, numa visão, Saulo contemplou
um homem chamado Ananias, entrando e impondo-lhe as mãos
para que recuperasse a vista.
13 Ananias respondeu:
'Senhor, já ouvi muitos falarem desse homem
e do mal que fez aos teus fiéis
que estão em Jerusalém.
14 E aqui em Damasco ele tem plenos poderes,
recebidos dos sumos sacerdotes,
para prender todos os que invocam o teu nome.'
15 Mas o Senhor disse a Ananias:
'Vai, porque esse homem é um instrumento que escolhi
para anunciar o meu nome aos pagãos,
aos reis e ao povo de Israel.
16 Eu vou mostrar-lhe
quanto ele deve sofrer por minha causa.'
17 Então Ananias saiu, entrou na casa,
e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo:
'Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus,
que te apareceu quando vinhas no caminho,
ele me mandou aqui para que tu recuperes a vista
e fiques cheio do Espírito Santo.'
18 Imediatamente caíram dos olhos de Saulo como que escamas
e ele recuperou a vista.
Em seguida, Saulo levantou-se e foi batizado.
19 Tendo tomado alimento, sentiu-se reconfortado.
Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco,
20 e logo começou a pregar nas sinagogas,
afirmando que Jesus é o Filho de Deus.

- Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Salmo Responsorial  
(Sl 116, 1. 2 (R. Mc 16,15))

R. Ide, por todo o mundo, e a todos pregai o Evangelho.

1 Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,*
povos todos, festejai-o!   R.

2 Pois comprovado é seu amor para conosco,*
para sempre ele é fiel!   R.

Evangelho

— O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João (6,52-59).

R. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo:
52 Os judeus discutiam entre si, dizendo:
'Como é que ele pode dar a sua carne a comer?'
53 Então Jesus disse:
'Em verdade, em verdade vos digo,
se não comerdes a carne do Filho do Homem
e não beberdes o seu sangue,
não tereis a vida em vós.
54 Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue
tem a vida eterna,
e eu o ressuscitarei no último dia.
55 Porque a minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue, verdadeira bebida.
56 Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele.
57 Como o Pai, que vive, me enviou,
e eu vivo por causa do Pai,
assim o que me come
viverá por causa de mim.
58 Este é o pão que desceu do céu.
Não é como aquele que os vossos pais comeram.
Eles morreram.
Aquele que come este pão viverá para sempre.'
59 Assim falou Jesus,
ensinando na sinagoga em Cafarnaum.

—  Palavra da Salvação.
R. Glória a vós, Senhor.
Homilia
Como pode ele dar a sua carne a comer? Como entender que para ter a vida eterna e ressuscitar no último dia é preciso comer a verdadeira comida e beber a verdadeira bebida que são a carne e o sangue de Jesus? Essas verdades se constituem numa realidade absurda para os judeus. Por que? Porque eles não conheceram verdadeiramente quem é Jesus. No mundo de hoje, encontramos muitas pessoas que, como os judeus, não conhecem Jesus e vêem a eucaristia como uma realidade absurda. Precisamos agir como missionários para que essas pessoas conheçam Jesus, se alimentem da verdadeira comida e da verdadeira bebida e vivam para sempre.
Fonte CNBB

Irmãos e irmãs, o Evangelho próprio da liturgia da Palavra de hoje, Jo 6,52-59, termina expressando: «Jesus falou estas coisas ensinando, na sinagoga, em Cafarnaum» (v. 59). Quando alguém visita a atual Cafarnaum, na Terra Santa, encontra uma grande placa ao passar por uma das entradas daquela localidade, na qual se lê: “Cidade de Jesus”.

Assim Cafarnaum entrou para a história: o lugar utilizado como uma espécie de “quartel general” de Cristo, pois de lá, muitas vezes, Jesus partia e retornava das missões e se hospedava na casa da família de Pedro. Também se encontram, ali, as ruínas da sinagoga frequentada por Cristo e citada no Evangelho de hoje.

Neste contexto material e geográfico, Jesus revela, surpreendentemente, um alimento que não podia faltar naquela cidade, nos lares e na missão da Igreja: «Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia» (v. 54).

Um alimento espiritual, sacramental e escatológico que se chama, antes de tudo, Jesus Cristo! Jesus Eucarístico é o Pão Celestial! Ele estava em sua cidade e próximo de lugares que O acolhiam, mas Ele quis mais… muito mais! Ele quis fazer morada em nós e permanecer para sempre numa comunhão de vida  eterna, por fundamentar-se no amor eterno de Deus pela humanidade. Um Amor que se traduz em entrega total e eucarística: “Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele… Quem se alimenta com este pão viverá para sempre” (v. 56.58).

Sabemos o que é entrar e sair de uma casa e cidade, mas permanecer para sempre realmente é uma experiência que foge completamente às capacidades puramente racionais, físicas e temporais. O impacto do espaço e do tempo atualmente nos tomam, como um peixe tomado e mergulhado na água. Mas fomos criados para águas mais puras, refrescantes, cristalinas e incontamináveis, ou seja, no plano de Deus todo ser humano foi criado para Ele. Por isso, Ele comunicou o Pão da Palavra e instituiu, na Quinta-feira Santa, o Sacramento dos Sacramentos, o qual nos leva a exclamar: “Graças e louvores se deem neste e em todo o momento ao Santíssimo Sacramento”. Assim, podemos antecipar – como penhor – pelo Sacramento do Filho do Homem e Filho de Deus, a participação na vida eterna.

Ainda que seja um desafio para a nossa fé e humilhação às inteligências orgulhosas, o Sacramento da Eucaristia pode e precisa ser acreditado, celebrado, comungado e adorado para ficarmos, então, surpreendidos positivamente pelas promessas e realizações do Senhor, diferentemente de muitos que O acompanhavam e O seguiam com espírito cético e provocador: «Como é que ele pode dar a sua carne a comer?» (v. 52). E o Pão da Vida não recuou e nem contradisse as Suas palavras por medo de perder “público ou ibope”, muito pelo contrário: fez questão de reforçar este dom e necessidade de cada um: «Em verdade, em verdade, voz digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (v. 53).

Mas eu não mereço tamanho dom de tomar, comer e beber deste Cálice! Realmente, em cada Santa Missa, mirando o Corpo de Deus nas mãos dos sacerdotes, precisamos, primeiramente, reconhecer a nossa indignidade: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Mas também não podemos deixar de ver, nesta insistência de Cristo, uma grande manifestação da gratuidade divina.

O Papa emérito Bento XVI, que hoje recorda o dia de sua eleição para ocupar a Cátedra de Pedro, deixou claro esta graça que todos podem receber, ainda que exijam condições básicas como o objetivo estado de graça: «Trata-se de um dom absolutamente gratuito, devido apenas às promessas de Deus cumpridas para além de toda e qualquer medida. A Igreja acolhe, celebra e adora este dom com fiel obediência. O “mistério da fé” é mistério de amor trinitário, no qual, por graça, somos chamados a participar» (BENTO XVI, Exort. Apost. Sacramentum Caritatis, nº 8).

Neste tempo pascal, a Igreja de Cristo convida-nos a dar – pessoalmente e comunitariamente – nossa resposta perante o misterioso Dom da Eucaristia, Pão da Vida que constrói moradas de Deus em meio e dentro dos homens e mulheres. Pão da Cidade de Deus, capaz de dar sentido, alimentar e transformar as cidades e lares dos homens. Pão que alimenta e santifica a Casa de Deus no mundo, a Igreja, reanima a Igreja doméstica e encaminha para a nossa Páscoa pessoal e eterna, ou seja, prepara-nos para morarmos para sempre na verdadeira e permanente cidade de Jesus.
Fonte Canção Nova

Deus os Abençoe, 
Paz e Bem.

in Corde Jesu, semper. 

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