segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

SÃO PEDRO DAMIÃO, Bispo e doutor da Igreja.

O Santo deste dia é venerado como Doutor da Igreja,  já que, pela doutrina e amor a Igreja, testemunhou sua vida de santidade.

Era o último de muitos irmãos. Sua mãe, desesperada pelos apertos que passava para alimentar sua numerosa prole, abandonou-o certa vez em plena rua.

Foi então recolhido por determinada mulher, sendo mais tarde devolvido à casa paterna.

Ficando órfão em tenra idade, um irmão encarregou-se de sua subsistência, mas tratou-o como escravo, ordenando-lhe que cuidasse dos porcos que possuía.

Outro irmão, chamado Damião, que era arcipreste de Ravena, libertou-o dessa situação e ajudou-o a iniciar os estudos.

Em sinal de gratidão, Pedro juntou seu pré-nome ao dele, passando assim a ser conhecido como Pedro Damião.

Terminados seus estudos, dedicou-se ao ensino, chegando a lecionar em Faenza e Ravena.

Porém, não sendo esta sua vocação, aos 28 anos ingressou na Ordem Camaldulense, fundada pouco antes por São Romualdo.

Entrou no Mosteiro de Fonte Avellana, onde, estimulados pelo exemplo de sua vida virtuosa, os monges o elegeram Abade, após o falecimento do superior daquela casa religiosa.

Sua atuação nesse honroso cargo foi altamente benéfica para a Ordem, não só pela fundação de vários mosteiros, como pela reforma da Ordem dos Monges da Santa Cruz.

Vários discípulos seus atingiram a santidade, como São Rodolfo, São João de Lodi e São Domingo Loricato.

Imbuído por verdadeira caridade, Pedro Damião não se contentou em viver tranquilamente em seu mosteiro, enquanto numerosas almas se perdiam no mundo.

Julgou seu dever atacar com vigor os erros e vícios da época, especialmente os disseminados nos ambientes eclesiásticos.

Não julgando suficiente apenas a pregação contra esses males, escreveu em 1051 uma obra que até hoje suscita polêmicas: O livro de Gomorra.

Nele, empregando uma linguagem forte, vitupera todo tipo de pecados contra a castidade, fustigando aqueles que deveriam impedir este estado de coisas e não o faziam.

O Papa reinante, São Leão IX, acolheu esse livro com significativas palavras de elogio.

Após essas lutas em defesa da Igreja, desejava São Pedro Damião retirar-se novamente para uma vida solitária, própria à sua vocação de camaldulense, de monge contemplativo, na qual pudesse retemperar a alma.

A história desse Santo, porém, é um caso característico do tratamento que Deus reserva aos que mais ama: suscita na alma o desejo de um tipo de vida e obriga a seguir outro.

A exemplo de São Bernardo, esse grande contemplativo foi compelido a uma vida ativa, repleta de viagens e polêmicas, oposta à solidão e ao silêncio de um claustro.

Após a morte do São Leão IX, foi eleito novo Papa, Vitor II, que morreu logo depois.

Seu sucessor, Estêvão IX, desejou conceder o chapéu cardinalício ao incansável Abade do Mosteiro de Fonte Avellana como recompensa pelos grandes serviços prestados à Igreja.

E nomeou-o também Bispo de Ostia.

São Pedro Damião, entretanto, recusava com tal vigor o convite que foi necessário ameaçá-lo com a excomunhão, caso persistisse na recusa.

Após sua elevação ao cardinalato e sagração episcopal, não deixou de pedir várias vezes demissão daquela primeira dignidade, pois a considerava um obstáculo para sua união com Deus.

Conhecedores de suas virtudes, os Papas encarregaram-no de executar várias e complicadas missões, que exigiram dele viagens freqüentes.

Apenas concluída tal missão, o Santo participou ativamente da luta a favor do novo Papa Alexandre, contra o antipapa que havia sido suscitado na Alemanha.

 A esse respeito escreveu um livro denominado Disputa Sinodal, no qual expõe os princípios pelos quais um Papa, para subir ao Sólio Pontifício, não necessita aprovação do Imperador do Sacro Império Romano Alemão.

Diante das regras e do que ele via e percebia, era preciso uma renovação a começar por ele. Ao se abrir a ação do Espírito Santo, ao ser obediente às regras, outros também foram se ajuntando a Pedro Damião, fundaram outros mosteiros e deram essa contribuição.
A renovação de qualquer instituição passa pela renovação pessoal, e também é válido para os tempos de hoje. As reclamações, as acusações, as rebeliões nada renovam, mas a decisão pessoal, a abertura a Deus, isso sim, pode provocar, como provocou na vida e na história de São Pedro Damião, uma renovação.
Oração e penitência, algo que sempre acompanhou a vida de Pedro Damião; e algo que também precisa nos acompanhar constantemente.
Estava São Pedro Damião a caminho de Faenza, quando a morte o colheu aos 65 anos, no Mosteiro de Santa Maria dos Anjos, onde foi sepultado.

Era o dia 22 de fevereiro de 1072.

Seu corpo foi trasladado várias vezes de sepultura, e pelo menos até o ano de 1595 encontrava-se incorrupto.

Leão XIII concedeu-lhe o título de Doutor da Igreja.

São Pedro Damião, rogai por nós!


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